Altice admite desinvestir em Portugal por causa do 5G
Alexandre Fonseca admite que a Altice pode desinvestir no mercado português por causa do 5G. Todos os operadores estão contra o regulador do setor, a Anacom.
A Altice Portugal está a avaliar o desinvestimento em Portugal “ou até pela racionalização do envolvimento em projetos grandes consumidores de capital, com retorno duvidoso face às regras impostas”. Alexandre Fonseca responde assim à possibilidade de a Anacom manter as regras já anunciadas no lançamento do novo leilão de 5G, que deverão ser conhecidas ainda este mês.
Já não é a primeira vez que a Altice critica o processo do 5G e agora que se aproxima a data do novo leilão, o tom das críticas sobe de tom por parte de todos os operadores. Depois das posições de força da Vodafone e da NOS, que admitem mesmo não concorrer, é a vez da Altice assumir o risco de rutura. Sem comentar a posição dos concorrentes, Alexandre Fonseca afirma que Portugal vive “num ambiente regulatório hostil e adverso, que não só não estimula o investimento, como retrai qualquer investidor em apostar no nosso país no setor das telecomunicações, um setor onde desde o Governo a Associações independentes, passando por grandes consultoras internacionais e fabricantes de tecnologia, todos são unânimes em criticar a gestão do dossiê 5G feita pela Anacom”, o regulador do setor que é liderado por Cadete de Matos.
“Sendo todos os operadores nacionais empresas privadas, é natural que os seus acionistas procurem legitimamente rentabilizar as centenas de milhões de euros que injetam anualmente na nossa Economia, procurando um ambiente estável, com previsibilidade e que estimule o investimento. Ora hoje, o momento que vivemos em Portugal é, lamentavelmente, o oposto”, afirmou o presidente executivo da Altice Portugal em resposta à agência Lusa.
Alexandre Fonseca reafirma que investimento da Altice “deve conter um racional económico que permita a viabilidade do retorno desse mesmo investimento, suportando a geração de valor, a manutenção das dezenas de milhar de postos de trabalho desta indústria no nosso país e o crescimento deste setor hoje mais do que nunca indispensável para o desenvolvimento e crescimento económicos”.
Esta semana, a NOS considerou que as regras do leilão de 5G são ilegais e acusa a Anacom de estar a comprometer o investimento no setor. Em declarações ao ECO, fonte oficial da empresa liderada por Miguel Almeida criticou o modelo, tal como tinha feito a concorrente Vodafone, que diz mesmo que não irá participar no leilão caso as regras não sejam alteradas.
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