Comissões a mais? Três estratégias para pagar menos à banca

Apesar da tendência crescente das comissões bancárias, há algumas estratégias que ajudam a contornar pelo menos alguns desses encargos.

O tema das comissões bancárias tem estado na ribalta, face ao peso crescente que estes encargos têm vindo a assumir no bolso dos portugueses. Cada vez mais relevantes para as suas receitas, os bancos têm vindo a carregar a fundo neste tipo de encargos. Essa situação levou mesmo o Parlamento a intervir, tendo recentemente aprovado um pacote legislativo que visou colocar um travão a algumas comissões, como é o caso das aplicadas nas transferências MB Way.

Apesar disso, o grosso das comissões bancárias a que os clientes bancários têm de fazer face na utilização dos serviços bancários do dia-a-dia continuam a aplicar-se. Mas há algumas cujos encargos podem ser contornados ou pelo menos reduzidos. Fique a conhecer algumas das estratégias que podem ser utilizadas para reduzir a “fatura” com as comissões da banca.

Ir atrás dos bancos online ou mais pequenos

Se até há uns anos atrás bastava ao cliente domiciliar o ordenado para não pagar pela manutenção de conta, garantir essa isenção tornou-se um exercício difícil na generalidade dos bancos. Mas ainda há instituições a isentar comissões na conta.

Tal é possível sobretudo nos bancos que operam apenas na internet, e não é preciso preencher nenhum requisito (nomeadamente domiciliar o ordenado) para não pagar nada para ter conta. A sua estrutura de custos que é mais baixa quando comparada com os bancos que têm balcões ajuda-os a permitir isentar esse tipo de encargos. É o que acontece com o ActivoBank, o Best e o BiG.

É a mesma estrutura de custos mais baixa que permite ao Banco CTT não cobrar pela manutenção da conta ou pelas transferências bancárias. Ir atrás dos bancos mais pequenos ou com presença mais recente em Portugal é, aliás, uma das formas de conseguir este tipo de poupanças. O BNI Europa e o Banco Atlântico Europa são dois exemplos disso mesmo. Qualquer dos bancos angolanos não cobra comissão de manutenção de conta.

Já no espanhol Bankinter a domiciliação do ordenado ainda dá direito a isenção da comissão de manutenção através da adesão à conta Mais ordenado.

Optar pelo pacote

Não sendo possível fugir de todo ao pagamento de comissões, há contudo formas de as conseguir reduzir. Nomeadamente através das contas “pacote”. Ou seja, contas que a partir de uma comissão única permitem aos clientes ter acesso seja a um conjunto de serviços considerados básicos – como a manutenção de conta, cartão de débito, transferências — até “pacotes” mais recheados de serviços que podem incluir nomeadamente cartões de crédito.

O grosso dos bancos nacionais disponibiliza este tipo de contas, sendo que os respetivos custos variam consoante os serviços abrangidos. Quanto menos serviços, mais baratas são. Mas cumprir com alguns requisitos também pode ajudar a fazer baixar ainda mais os encargos nessas contas. Designadamente, domiciliar o ordenado, sendo que há bancos que também atribuem bonificações em função do valor do património depositado ou da utilização do cartão de débito ou de crédito.

A maior parte dos bancos também dispõem de “contas base”, que mediante o pagamento de uma comissão única mas de valor livre para cada banco, disponibilizam serviços como a manutenção de conta, cartão de débito, acesso ao homebanking, transferências interbancárias e a possibilidade de até três levantamentos ao balcão também a um custo único. Contudo, a maioria não compensam face às contas “pacote”.

Concentrar num único banco

Contrariamente ao mundo dos investimentos onde deve imperar a premissa “não colocar todos os ovos no mesmo cesto”, quando o objetivo é fazer baixar os encargos com comissões bancárias este tipo de estratégia torna-se contraproducente. Não tendo recursos financeiros depositados de montantes que o justifiquem, nomeadamente no que respeita à proteção pelo fundo de garantia de depósitos, a utilização de várias contas bancárias acarreta a multiplicação de custos com comissões.

Ao optar por um único banco, os custos não só são mais baixos como é ainda possível aderir a uma conta de Serviços Mínimos Bancários (SMB).

As contas de SMB — vulgarmente conhecidas como contas low cost — dão acesso a um cartão de débito, à realização de transferências intrabancárias e interbancárias, por uma comissão que não pode exceder 1% do valor do salário mínimo nacional ao final de um ano. Ou seja, o respetivo custo anual não pode ultrapassar 4,38 euros. Este serviço está contudo limitado a quem tenha uma única conta bancária, à parte algumas exceções previstas na lei.

Segundo os últimos dados disponíveis, no final de junho já existiam mais de 117 mil contas low cost, sinal da crescente adesão por parte dos portugueses.

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