Despesa com a contratação de pessoal na Saúde aumentou 6%

Valor do investimento executado no SNS em novembro ainda não chega a metade (49%) do orçamentado no Orçamento Suplementar, apesar de estar acima dos valores executados em todo o ano de 2019.

O Governo garante que duplicou o investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e aumentou a despesa devido ao maior número de profissionais de saúde. Em antecipação da execução orçamental de outubro, o Ministério das Finanças tenta assim rebater as críticas de que o Governo não tem investido na Saúde e que houve uma perda significativa de médicos.

Desde o início da epidemia, em março, o SNS perdeu 842 médicos, até outubro, avançou o Público este sábado, sendo que 476 saíram por limite de idade ou reforma antecipada.

A falta de médicos e de enfermeiros tem obrigado os profissionais a cumprir longas horas de trabalho, levando as respetivas Ordem a apontar o cansaço extremo em que muitos se encontram. Uma situação tenderá a piorar devido ao agravamento da pandemia que levou várias unidades de saúde a anunciarem a suspensão de férias para os profissionais de saúde pelo menos até ao fim do ano.

A ministra da Saúde reconhece que esta é uma decisão difícil, mas necessária tendo em conta a situação epidemiológica do país. No entanto, Marta Temido tem desvalorizado a falta de profissionais, garantindo que a diminuição do total de especialistas desde o início do ano ia ser compensada pelos concursos para a contratação de médicos que acabaram o internato em outubro.

Até outubro, as despesas com pessoal aumentaram 212,3 milhões de euros, ou seja 6,1%, “em resultado do crescimento muito elevado do número de profissionais de saúde comprando com o período homólogo”, explica ao ECO fonte oficial das Finanças.

O Ministério de João Leão revela ainda que a despesa do SNS, acumulada até outubro, registou um crescimento de 5,8 % (mais 502,8 milhões de euros), “atingindo máximos históricos”. Já a despesa só do mês de outubro aumentou 9% em termos homólogos. “Este forte crescimento da despesa é explicado pela aceleração das despesas com pessoal, com o forte aumento do número de profissionais de saúde e aceleração do investimento no SNS”, sublinha fonte oficial das Finanças.

Os dados da execução orçamental até outubro revelam ainda um aumento de 2,8% da despesa com aquisições de bens e serviços num acréscimo de 135,7 milhões de euros.

Quanto ao investimento no SNS voltou a acelerar por causa da pandemia, atingindo 216,8 milhões de euros – em setembro era de 187 milhões – tendo já nesse mês superado o valor total executado em 2019 (156 milhões de euros). O valor executado é agora quase metade (49%) do orçamentado no Orçamento Suplementar.

De sublinhar que o défice das contas públicas agravou-se em 7.767 milhões de euros até setembro face ao período homólogo, totalizando 5.179 milhões de euros, de acordo com a última execução orçamental.

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