“O maior desafio são os carros e a mobilidade”, assume Fernando Medina

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa falou no Web Summit sobre o sucesso das ciclovias em Lisboa e destacou aquela que considera ser "uma experiência promissora" em matéria de sustentabilidade.

“O nosso maior desafio são os carros e a mobilidade. A mobilidade é o que mais consome energia fóssil”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, na sua intervenção no Web Summit, durante a qual refletiu sobre o presente e o futuro de uma capital mais sustentável.

Lisboa é este ano a cidade Capital Verde Europeia 2020 e, um dos exemplos da aposta numa cidade mais “verde” foi o programa da câmara municipal criado para apoiar a compra bicicletas, anunciado em julho. Fernando Medina acredita que tem sido “uma experiência promissora”, mas há “ainda muito a fazer”.

O autarca realçou a importância da economia circular, e da produção e consumo com menos recursos, no combate ao impacto das alterações climáticas e destacou os projetos que têm sido postos em prática em Lisboa. Entre eles, o incentivo ao uso de transportes públicos através do reforço das ciclovias na cidade, mas admite que ainda há resistência, em Portugal e no resto da Europa. “Temos um problema com carros. É uma realidade em todo o lado”, sublinhou.

Este ano, a câmara municipal criou um programa com 1,5 milhões de euros para apoiar a aquisição de bicicletas convencionais e adaptadas para pessoas com mobilidade reduzida (elétricas ou não), dos quais um milhão de euros para bicicletas assistidas eletricamente e 500 mil euros para bicicletas de carga.

Em Lisboa, cada bicicleta partilhada é usada dez vezes por dia, mas ainda não é um transporte de eleição, pois em 70% dos casos é usada apenas para pequenas deslocações e nas horas de maior trânsito. “Estou ansioso por ouvir todas as boas ideias sobre o tema”, referiu.

 

Além de Lisboa, o autarca lembrou o potencial de Portugal — por ser o país com maior exposição solar diária da Europa –, no que diz respeito à produção elétrica por fontes de energia renovável.

“A ideia de microprodução e de uma rede com milhares de produtores, em que cada um pode produzir a sua energia, é algo que está em grande desenvolvimento em Portugal”, sublinhou, lembrando a aposta no consumo de energia renovável, nomeadamente em edifícios nas 25.000 casas detidas pela autarquia.

Lisboa é uma “experiência promissora”, mas ainda há um caminho a fazer. “Se agirmos atempadamente, poderemos fazer a diferença. Em muitas dimensões, a vida que levamos não é sustentável”, lembrou.

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