“Isto não é trabalho remoto, é trabalho pandémico”, defende CEO da Basecamp

O CEO da Basecamp, uma plataforma de gestão de equipas, acredita que o trabalho remoto exige mais respeito pelo tempo dos trabalhadores e uma comunicação fluída e assíncrona, com base na confiança.

“As empresas que estão a recriar os escritórios remotamente vão esgotar as pessoas. É mais difícil, desta forma, fazer o que fazíamos no escritório”, destacou Jason Fried, durante a sua intervenção no último dia do Web Summit. O CEO da Basecamp, uma plataforma de comunicação e gestão de equipas, apelou à urgência de relações de confiança, ao respeito pelo tempo e a uma comunicação fluida na gestão das equipas remotas.

Isto não é trabalho remoto. É trabalho pandémico. É muito importante que as pessoas reconheçam isso. A maioria das razões é porque as pessoas estão sob extrema pressão e stress”, acrescentou.

Respeitar o tempo é “salvar tempo”

Jason Fried partilhou as práticas da Basecamp, onde as reuniões têm no máximo três pessoas, ou até menos, e acontecem só quando é realmente necessário. Defendeu a importância de uma comunicação fluida e assíncrona — sem tempo nem espaço definidos –, e considera que é uma forma de respeitar o tempo dos trabalhadores e permitir que consigam gerir o seu próprio tempo.

Na Basecamp, “trabalham como se fossem amigos”, assegura Jason. “Estamos a fazer o nosso trabalho e se queremos a atenção de alguém temos de a pedir, e a pessoa tem de a dar se puder. Não é uma decisão minha”.

As empresas sábias serão aquelas que descobrirem como trabalhar desta forma, dando às pessoas mais espaço, mais confiança e trabalhando de forma assíncrona.

Jason Fried

CEO da Basecamp

“Se for um trabalho assíncrono, as pessoas vão encontrar o tempo para ler e responder dentro do seu tempo, do seu horário, o que acaba por dar às pessoas umas horas extra por dia, em vez de terem de parar o que estão a fazer para entrar numa reunião”.

Jason Fried refere ainda que se deve evitar colocar demasiadas tarefas na agenda, sem ter a certeza da disponibilidade dos trabalhadores. “Se precisares de entrar em contacto com alguém, pergunta se está disponível. E se não estiver, está tudo bem”, “tal como se estivesse a tentar telefonar a um amigo”, metaforizou.

“Na Basecamp, mais de metade dos trabalhadores estão na empresa há mais de cinco anos e entre 30% e 40% há mais de sete. Somos resilientes o suficiente, porque temos história“, explicou. Manter as equipas unidas e investir nas pessoas poderá diminuir a rotatividade, promover mais envolvimento e ligação entre as equipas e facilitar o trabalho remoto, defendeu o trabalhador remoto.

“As empresas sábias serão aquelas que descobrirem como trabalhar desta forma, dando às pessoas mais espaço, mais confiança e trabalhando de forma assíncrona, ao invés de forçar as pessoas a estar em salas Zoom durante todo o dia”, concluiu.

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