Generali, Aegon e Abarca são as que mais cresceram em tempo de Covid-19
Com uma quebra de vendas de 25% nos primeiros seis meses de pandemia, o mercado total dos seguros ainda produziu vencedoras em tempos adversos. Conheça as que se distinguiram em cada segmento.
O mercado dos seguros sofreu uma quebra global de produção de 25% durante os primeiros seis meses de pandemia de Covid-19, correspondente aos 2º e 3º trimestres deste ano, de 1 de abril e 30 de setembro, em relação a igual período de 2019. Com base em dados da ASF, entidade de supervisão nacional, verificou-se neste semestre pandémico uma descida de 47%, quase para metade, do ramo Vida, tendência que se verificava desde 2019, mas que se confirmou ao longo deste ano. As companhias mistas, que exploram simultaneamente os ramos Vida e Não Vida registaram uma baixa de 13% na sua produção enquanto os ramos Não Vida conseguiram aumentar vendas em 4%, apesar de tudo um ritmo inferior ao que estavam a registar até 16 de março, data do início do confinamento obrigatório.
Os dados foram compilados por ECOseguros com base em informação disponibilizada pela ASF, referentes a seguradoras de direito e sob supervisão portuguesa, o que não inclui as seguradoras sucursais de empresas com sede na União Europeia ou companhias a operar com base no estatuto de Livre Prestação de Serviços (LPS).
As companhias com maior sucesso durante os seis meses foram a Generali Seguros entre as companhias mistas, a Aegon Vida no ramo apenas Vida e a Abarca nos ramos Não Vida.
Em relação às 4 companhias mistas, a Generali Seguros – que no período de dados analisados obteve uma quota de mercado de 11% no mercado total – subiu vendas em 4% dada a exposição moderada ao ramo Vida, o que também sucede com a Allianz. Pelo contrário o pior desempenho comercial deu-se com a Fidelidade e Real Vida, com forte volume de carteira desse ramo.
No segmento Vida, o declínio do mercado manteve-se durante os seis meses da crise pandémica, não podendo ser atribuído à Covid-19 esse declínio, mas antes a um cenário longo de baixas taxas de juro e exigências de capital para suportar o desenvolvimento do ramo. Aegon Vida, que distribui seguros essencialmente através de uma parceria com o Banco Santander, Mapfre, Victoria e Lusitania conseguiram contrariar a tendência e subir vendas.
A Abarca, companhia especializada em seguros de caução, acabou por beneficiar dos tempos turbulentos nos negócios e, embora partindo de uma base baixa, duplicou a sua produção de prémios nos seis meses. A Multicare e a Médis, especializados em saúde, tiveram natural impulso com a crise sanitária, enquanto a Caravela mantém uma estável taxa de crescimento em torno dos 30% em relação a 2019.
Em ano atípico e apesar de comportamentos díspares face ao período especial vivido, não se se esperam grandes alterações quando forem contabilizados os resultados de final de ano. O ramo Vida continuará a penalizar as companhias que o exploram em relação a produção, mas talvez não tanto em resultados, nem com certeza em mobilização de capital necessário ao seu suporte.
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