Capacidade dos privados para ajudar na resposta à Covid-19 também “está perto do limite”, alerta Marcelo

No debate para as Presidenciais, Marcelo Rebelo de Sousa admite diferenças no confinamento atual face ao de março. Fala da situação crítica no SNS, mas diz que privados estão no limite.

Com o número de casos de Covid-19 a disparar, Marcelo Rebelo de Sousa alertou para a situação crítica vivida no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sinalizando que nem os privados poderão dar grande ajuda na resposta ao aumento de internamentos. O recandidato a Belém diz que a “capacidade dos privados também está neste momento perto do limite”.

“Neste momento, prevê-se para sexta-feira cerca de 700 a 800 internados em UCI, ao ritmo de 10, 11, 12 14 mil casos por dia e cinco mil internados”, apontou Marcelo Rebelo de Sousa no Debate das rádios para a Presidenciais, com seis dos sete candidatos, já que André Ventura não compareceu. E salientou o reforço da oferta de cuidados de saúde.

Vai abrir uma unidade de apoio na Cidade universitária, vão abrir reforços nos hospitais de Lisboa, mas com escassez de equipas, tem havido envio de pacientes para o resto do país, e temos ainda a capacidade das forças militares”. Questionado sobre os privados, o atual Presidente salientou que a capacidade “é muito limitada”.

“A capacidade dos privados também está perto do limite”, notou Marcelo, isto depois dos alertas deixados já este fim de semana, ao mesmo tempo que a ministra da Saúde, Marta Temido, para a situação crítica do SNS. De qualquer modo, defende que sejam avaliadas as possibilidades de acordos com os hospitais privados, notando que até agora não foi preciso recorrer à requisição civil. Mas se for necessário, deve recorrer-se a esse mecanismo.

Mais gente a trabalhar, menos a confinar

Portugal tem registado, consecutivamente, mais de uma dezena de milhares de novos casos de Covid-19 nos últimos dias, havendo cada vez mais pessoas internadas. Um cenário que levou o Governo a decretar um novo confinamento que, contudo, tem merecido críticas tendo em conta as várias exceções que permitem a saída à rua.

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que em março, abril e maio de 2020 o país teve “um estado de emergência com fronteiras fechadas. Agora é diferente. As fronteiras estão abertas, entrada de estirpes é possível, as exportações aumentam” e há mais trabalhadores a contribuírem para a economia.É uma economia mais aberta. Mais gente a trabalhar, menos gente a confinar”, diz.

Recuperando o alerta deixando no fim de semana, Marcelo lembra que poderá ser preciso reavaliar algumas das restrições adotadas neste confinamento. “É importante ir ajustando as medidas à realidade”, notou, salientando que “o Governo tem procurado equilíbrio” entre a economia e a saúde, mas “estão interligadas”. Esse equilíbrio está a ser ponderado pelo Governo num Conselho de Ministros extraordinário.

“O que o Conselho de Ministros está a ponderar a esta hora será restringir mais ou menos as atividades económicas” que decidiu manter abertas. Entre as alterações às atuais regras estão a reversão da possibilidade de venda ao postigo para lá dos estabelecimentos que vendem produtos alimentares, notou o Presidente.

(Notícia atualizada às 9h56 com mais informação)

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