“Desta vez será muito difícil as imobiliárias conseguirem sobreviver”, diz APEMIP

A associação que representa as empresas imobiliárias alerta para o "pior" impacto que este novo confinamento trará para o setor, alertando para uma "tragédia".

Apesar da pandemia, o setor imobiliário conseguiu mostrar uma certa resiliência no ano passado. Contudo, este novo confinamento será uma verdadeira “tragédia” para o mercado, alerta o presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP). Em causa estão as medidas do Governo que obrigam as empresas de mediação imobiliária a estar em regime de teletrabalho.

“Não há nenhum motivo para não permitir que as empresas de mediação imobiliária continuem a fazer o seu trabalho”, começa por dizer Luís Lima, citado em comunicado, referindo que é possível “ter a porta fechada e funcionar com marcação”, como tem acontecido até aqui, mas salienta: “o teletrabalho não resolve o nosso problema e não temos ao nosso dispor alternativas como o take-away”.

“No imobiliário, o negócio é realizado com pessoas e implica visitas a imóveis. Os meios digitais não são suficientes para ultrapassar este obstáculo, pois ninguém compra uma casa sem a visitar presencialmente“, acrescenta o representante das empresas imobiliárias, “que não compreende a diferença de tratamento entre setores”.

Luís Lima questiona mesmo, por exemplo, porque é que comprar um automóvel é considerado “mais essencial” do que comprar uma casa. “O imobiliário não pode continuar a ser o parente pobre da economia, sobretudo quando tem a relevância a que todos assistimos na anterior crise. Temos que lembrar que foi este setor que alavancou a recuperação económica?!”, afirma.

Referindo-se aos “perigos” de deixar as empresas imobiliária fora da lista de atividades permitidas, o presidente da APEMIP explica que “esta situação é um verdadeiro convite à mediação ilegal e à celebração de negócios em paralelo, para não falar dos perigos que representa a acumulação de stock no mercado imobiliário, que poderá resultar numa desvalorização forçada dos ativos”.

Por fim, Luís Lima chama a atenção para a sobrevivência destas empresas, referindo que este novo confinamento tem um impacto pior que o primeiro. “Se no primeiro confinamento as empresas conseguiram revelar alguma resiliência e ultrapassar o momento, desta vez será muito difícil as imobiliárias conseguirem sobreviver, uma vez que o fundo de maneio existente foi-se esgotando ao longo do ano“, explica.

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