Bancos vão apertar critérios de concessão de crédito às empresas

As PME e os empréstimos de longo prazo serão os mais afetados por esta medida, avança o Banco de Portugal.

As instituições bancárias vão, durante o primeiro trimestre de 2021, ser mais restritivas no que toca à concessão de créditos a empresas, de acordo com o Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito divulgado esta terça-feira pelo Banco de Portugal. As PME e os empréstimos de longo prazo serão os mais afetados por esta medida.

Tal como se pode ler no documento, no que toca à concessão de crédito a empresas, verifica-se que os “termos e condições gerais” foram já, no último trimestre de 2020, “ligeiramente mais restritivos nos empréstimos a grandes empresas”.

No trimestre passado, verificaram-se já “condições mais restritivas no que respeita a garantias exigidas e, em menor grau, a comissões e outros encargos e ao montante dos empréstimos”. Porém, durante esse período, ocorreu uma “ligeira redução dos spreads aplicados nos empréstimos de risco médio a PME”, algo que não se deve aguardar nos primeiros três meses de 2021.

Entre os fatores que se encontraram na base destas restrições, encontra-se essencialmente a “maior perceção de riscos associados à situação e perspetivas de setores ou empresas específicos“, embora os “riscos associados à situação e perspetivas económicas gerais e às garantias exigidas” também tenham tido a sua influência, num contexto de “menor tolerância de riscos”.

A avaliação referente ao quarto trimestre de 2020, por comparação com o anterior, regista ainda a existência de uma “ligeira diminuição, sobretudo nas grandes empresas”, no que concerne a procura de empréstimos por parte de entidades empresariais. Nestes primeiros três meses de 2021, os bancos antecipam que procura fique estável.

Procura de crédito pelos particulares vai ficar quase inalterada

Por outro lado, os critérios de concessão de crédito a particulares deverão permanecer “praticamente inalterados”, tanto no âmbito do crédito à habitação, como do crédito ao consumo, avança o Banco de Portugal. Isto depois de, no trimestre passado, se ter verificado que estes foram “ligeiramente mais restritivos, no crédito ao consumo”, algo que não aconteceu com o crédito à habitação.

No caso dos particulares, a procura de empréstimos viu-se “praticamente inalterada, tanto no crédito à habitação como no crédito ao consumo”. Em ambos os campos, as instituições bancárias inquiridas revelam esperar que a procura de crédito permaneça também “praticamente inalterada” no primeiro trimestre deste ano.

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