No “ano mais difícil da sua história”, lucro da Navigator recua 35% para 109 milhões

Ao longo do quarto trimestre, a Navigator tinha conseguido retomar os níveis de produção e registar uma evolução positiva em relação ao trimestre anterior.

A Navigator lucrou 109,2 milhões de euros, em 2020, um ano que diz ser o “difícil da sua história”. A pandemia penalizou tanto a procura como os preços dos produtos da empresa portuguesa, lembrando a uma redução de 35,1% nos resultados líquidos. Apesar desse impacto, as vendas de tissue aumentaram em 10% e as da pasta em 25%.

“O ano ficou marcado pela queda expressiva no consumo global de papel em resultado da pandemia do Covid-19, sobretudo no segundo trimestre, tendo-se assistido no terceiro e quarto trimestres a uma recuperação expressiva, particularmente na Europa”, diz a Navigator, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Ao longo do quarto trimestre, apesar do contexto de novos confinamentos parciais em vários países europeus, a Navigator tinha conseguido retomar os níveis de produção e registar uma evolução positiva em relação ao trimestre anterior. Os resultados líquidos dos últimos quatro meses do ano atingiram 34 milhões de euros, um crescimento de 9% relativamente ao 3º trimestre e de 64% face ao 4º trimestre de 2019.

“A empresa conseguiu atenuar a quebra de vendas de UWF através de uma maior diversificação do seu negócio, com crescimento nas vendas de pasta e de tissue“, explica a Navigator. Na totalidade do ano, o volume de negócios da empresa atingiu 1.385,4 milhões de euros em 2020 (menos 17,9% do que em 2019).

As vendas de papel representaram cerca de 68% do volume de negócios, as vendas de pasta 11%, as vendas de tissue 10% e as vendas de energia também 10%. Pasta e tissue cresceram, enquanto o negócio de papel recuou. A mesma tendência de queda foi verificada na energia, que “reflete o impacto da transição de regime remuneratório”, segundo a Navigator. O EBITDA da empresa (lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) recuou 23,3% para 285,5 milhões de euros.

Além do impacto nas vendas, a pandemia levou a Navigator a reverter o plano de investimentos. Assim, o capex situou-se 81 milhões de euros em 2020, o que compara com 158 milhões em 2019. “Este montante inclui maioritariamente investimentos direcionados para a manutenção da capacidade produtiva e melhoria de eficiências. Inclui ainda 25 milhões de euros na área ambiental, com particular destaque para a Nova Caldeira de Biomassa na Figueira da Foz“, explica.

Para 2021, a Navigator destaca aumentos de preços anunciados em janeiro, nomeadamente da fibra longa e curta e do papel, bem como os reduzidos stocks de ambos. “No entanto, no enquadramento atual, persiste uma elevada incerteza relativamente à duração, extensão e impacto dos atuais confinamentos nos países europeus e na potencial 2ª/3ª vaga nos mercados internacionais”, ressalva.

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