Portugal perdeu quase 17 milhões de turistas por causa da pandemia
Depois de 2019 ter sido o melhor ano de sempre para o turismo, a pandemia trouxe quebras acentuadas em 2020. É preciso recuar até 1993 para encontrar um número de dormidas tão baixo.
Depois de 2019 ter representado o melhor ano de sempre para o turismo, com um recorde de 27 milhões de turistas, a pandemia atirou este setor para as perdas profundas. Já se esperavam perdas superiores a 60% e estas foram sendo confirmadas ao longo dos meses. 2020 fechou um registo de apenas 10,5 milhões de turistas, menos 61% do que no ano anterior, de acordo com a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE).
O impacto da pandemia no turismo foi notório mês após mês, com o setor a registar perdas na ordem dos 80%. Contudo, em dezembro, deu-se uma “ligeira recuperação”, refere o INE. No último mês do ano passado, o setor deverá ter somado 462.500 hóspedes e 927.700 dormidas, o equivalente a descidas de 70,7% e 72,3%, abaixo das observadas em novembro (-76,8% e -76,9%, respetivamente).
Com 50% dos estabelecimentos nacionais encerrados ou sem hóspedes, o número de turistas residentes caiu 53,9% (-58,8% em novembro) e o de não residentes diminuiu 82,9% (-85,5% em novembro).
Ainda assim, esta “ligeira recuperação” de dezembro não foi suficiente para impedir perdas profundas para o setor na totalidade de 2020. Durante todo o ano passado, o INE estima que o turismo tenha contado 10,5 milhões de hóspedes, menos 61,2% face aos 27 milhões registados em 2019. Ou seja, a pandemia fez o setor turístico perder cerca de 17 milhões de turistas.
Dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico até 2020
Ainda durante 2020, contaram-se 26 milhões de dormidas, menos 63% do que as registadas em 2019. A contribuir para este número estiveram, sobretudo, os turistas nacionais, com 13,6 milhões de dormidas, enquanto os turistas estrangeiros representaram 12,3 milhões de dormidas.
“Desde 1993, ano em que se registaram 23,6 milhões de dormidas, que não se observava um número de dormidas tão reduzido como o que se terá verificado em 2020”, refere o INE.
Numa análise por regiões, o Alentejo foi aquela que registou a menor diminuição no número de dormidas em 2020, recuando 37,3%, enquanto os maiores decréscimos se registaram na Área Metropolitana de Lisboa (-71,5%) e na Região Autónoma dos Açores (-71,1%).
Já no que diz respeito a hóspedes estrangeiros, “no conjunto do ano de 2020, todos os principais mercados registaram decréscimos expressivos, superiores a 65%, com maior enfoque nos mercados irlandês (-89,6%), EUA (-87,7%) e chinês (-82,8%)”, refere o INE.
(Notícia atualizada às 11h32 com mais informação)
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