Painel de Riscos da ASF: Ânimo bolsista está desligado da realidade

  • ECO Seguros
  • 3 Fevereiro 2021

Macro-economia em risco máximo, agrava-se o risco de liquidez, vacinação Covid-19 pode estar a oferecer um otimismo irrealista ao mercado acionista.

O ambiente negativo da economia portuguesa e mundial sai reforçado no recém divulgado Painel trimestral de Riscos do Setor Segurador da ASF, referente a janeiro de 2021.

A entidade reguladora alerta para um risco de liquidez superior ao registado no final do ano passado, causado pela deterioração do rácio de entradas e saídas de fundos respeitantes ao ramo Vida. Nas bolsas de ações a ASF coloca importantes reservas quanto à sustentabilidade de subidas dos índices provocadas pelo otimismo conferido pelo início do processo de vacinação anti-Covid-19.

Painel de Riscos do Setor Segurador da ASF – Janeiro de 2021

Em relação aos riscos analisados, destacam-se algumas conclusões da ASF.

Macro-economia: Risco Alto

  • Conjuntura fortemente condicionada pela evolução da pandemia COVID-19, realçando-se o agravamento recente da crise sanitária, que levou à adoção de novas medidas de contenção na generalidade dos países da área do euro;
  • Inversão da trajetória de recuperação da economia.

Crédito: Risco Médio-baixo; Mercado: Risco Médio-alto

  • Políticas monetárias mantêm um papel estabilizador nos mercados financeiros, refletindo-se na compressão adicional dos prémios de riscos da dívida pública e privada.
  • Nos mercados acionistas, observaram-se ganhos generalizados motivados pelas notícias quanto à solução de vacinação, permanecendo, ainda assim, importantes reservas quanto à sua sustentabilidade dada a crescente perceção de desconexão com a economia real.

Liquidez: Risco Médio-baixo (aumento)

  • Deterioração do rácio de entradas sobre saídas, fortemente influenciada pela evolução do ramo Vida.

Rendibilidade e solvabilidade: Risco Médio-alto

  • Evolução positiva do rácio global de solvência

Interligações: Risco Médio-alto

  • O peso da dívida pública portuguesa nas carteiras de investimento diminuiu 0,4 pontos percentuais, para 17,5%;
  • exposição a instituições de crédito aumentou 0,3 pontos percentuais, para 20,6%;
  • O nível de concentração dos ativos por grupo económico e setor de atividade permaneceu estável.

Específico de seguros Vida: Risco Médio-alto

  • A taxa de sinistralidade dos seguros de vida em um decréscimo;
  • No âmbito dos produtos financeiros, verificou-se uma redução homóloga de 5,7% do montante total de resgates, evolução influenciada por duas empresas de seguros de dimensão relevante;

Específico de seguros Não Vida: Risco Médio-alto

  • Aumento dos prémios brutos emitidos;
  • Decréscimo da taxa de sinistralidade em Acidentes de Trabalho e Automóvel;
  • Índice de provisionamento do total do mercado Não Vida aumentou com todas as principais linhas de negócio a contribuírem positivamente.

O painel de riscos do setor segurador português, de publicação trimestral pela ASF para a identificação e mensuração dos riscos e vulnerabilidades do setor na perspetiva da preservação da estabilidade financeira. Tem por base um conjunto de indicadores considerando 6 categorias de risco: macroeconómico, crédito, mercado, liquidez, rendibilidade e solvabilidade, interligações, específicos de seguros Vida e específicos de seguros Não Vida.

Pode consultar o relatório aqui .

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