Seguradoras dos EUA querem benefícios da administração Biden

  • ECO Seguros
  • 3 Fevereiro 2021

Temas como as alterações climáticas e a proteção do interesse dos consumidores deverão orientar decisões com impacto nos seguros.

A mudança de inquilino na Casa Branca (sede da presidência dos Estados Unidos) introduz algumas mudanças e outras prioridades na agenda dos EUA, podendo influenciar as expectativas da indústria seguradora. Com o recém-empossado Presidente Joe Biden, 37% de inquiridos veem a nova administração como mais positiva, enquanto 31% esperam que nada mude na indústria de seguros, indica auscultação feita pela publicação especializada Reinsurance News junto da indústria.

Os resultados do inquérito revelam ainda que 14% consideram que a indústria estava melhor sob o mandato do antigo Presidente Trump e 18% não têm a certeza, com os indecisos e as opiniões mais favoráveis à administração anterior a refletirem um sentimento de incerteza em torno da transição em Washington.

Antecipa-se que a produção legislativa irá acelerar à medida que Biden prossegue uma abordagem mais vigorosa relativamente ao tema das alterações climáticas. O setor dos seguros está inexoravelmente ligado à produção e distribuição de energia, incluindo as que têm como fonte os combustíveis fósseis, sendo de esperar os efeitos de iniciativas legislativas relacionadas com a área da energia.

Por outro lado, perspetivando-se que Biden prosseguirá uma política externa mais colaborativa nas relações internacionais, isso poderá ser benéfico para os seguros de risco político, adianta a mesma fonte, citando analistas da Jefferies e sugerindo que a administração Biden poderia significar, no curto prazo, alguns aspetos negativos para a indústria de seguros não-vida que, no longo prazo, acabarão por se tornar benéficos, desenvolve a fonte.

Philip Kett, vice-presidente da Jefferies, companhia de serviços financeiros (banca de investimento, gestão de ativos e mercados financeiros), observou que, com Biden na presidência dos EUA, as seguradoras poderiam ter de fazer alguns esforços em estímulos fiscais destinados às famílias de rendimentos baixos e médios e um agravamento de impostos sobre as empresas.

Tais medidas poderiam conduzir a um aumento da inflação e afetar negativamente a adequação de reservas da indústria não-vida, advertiu. No entanto, a longo prazo, essas medidas levariam provavelmente a uma aceleração no ritmo de aumento dos preços dos seguros não-vida, o que beneficiaria o setor, balanceou Kett.

Acresce que do ponto de vista da regulação em geral o quadro também poderá mudar, com Biden a adotar um maior enfoque na proteção dos tomadores de seguros. No setor Vida e anuidades (planos de pensões e reforma), perspetiva-se maior exigência na informação prestada pelas seguradoras, nomeadamente através da disponibilização de comparações digitais de produtos e dos seus benefícios.

Em geral, a indústria deverá esperar pressão crescente e preparar-se para atuar no melhor interesse do consumidor.

 

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