Mais de metade das escolas registaram casos de infeção

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2021

Houve pelo menos um caso de infeção em quase 3.000 escolas. Os números são três vezes superiores aos dados que a Fenprof vinha divulgando, devido "ao blackout promovido pelo Ministério [da Educação]".

Mais de metade das escolas públicas do país registou, pelo menos, um caso de infeção por Covid-19, segundo os dados do Ministério da Educação divulgados esta sexta-feira pela Fenprof, que referem situações em quase três mil estabelecimentos de ensino.

Desde o início do ano letivo, “2.933 escolas públicas do continente, que não incluem o ensino superior”, registaram casos de infeção entre a sua população, segundo informações do Ministério da Educação entregues à Fenprof na sequência de sentença proferida pelo Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa.

Os dados chegaram à Fenprof depois de a federação ter recorrido a tribunal, que obrigou a tutela a ceder esta informação.

A Federação Nacional de Professores lembra que existem no continente 5.568 estabelecimentos de ensino, “o que significa que houve casos de infeção em mais de metade deles”.

Apesar da identificação dos estabelecimentos de ensino não há informação sobre quantos casos foram registados em cada escola, apesar de ter sido solicitado pela federação.

Sem estes dados, não é possível quantificar quantos surtos houve, mas a Fenprof conclui que os números divulgados indiciam que o número “de surtos foi bem superior a apenas algumas dezenas, como foi repetido pela Direção-Geral da Saúde”.

A Fenprof volta a contrariar a posição do Ministério da Educação e diretores de escolas que vêm defendendo que a escola é um espaço seguro e com poucos casos: “Demonstra-se, no entanto, pelo elevado número de escolas, que a pandemia não lhes passou ao lado, ao contrário do que foi o discurso oficial, meses a fio, e que o seu funcionamento foi um importante fator de propagação, o que vários estudos já indiciavam e também parece confirmar-se, agora, pela redução do número de novos contágios após o seu encerramento”.

“Foram três meses a encobrir, sem razão que o justificasse, o que se passava nas escolas”, critica a Fenprof em comunicado enviado esta sexta-feira para as redações, lembrando que os números agora conhecidos são três vezes superiores aos dados que a federação vinha divulgando.

“De acordo com as informações que a Fenprof tinha podido recolher, face ao blackout promovido pelo Ministério, estavam confirmadas situações de infeção em 1071 escolas: 926 básicas e secundárias públicas do continente, 49 privadas, 20 do ensino superior, 51 da Região Autónoma da Madeira e 25 na Região Autónoma dos Açores.

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