Bloco questiona Vítor Fernandes no Banco de Fomento. “Tem cv relevante”, diz João Leão

Mariana Mortágua questionou a escolha de Vítor Fernandes para chairman do Banco de Fomento devido à passagem pela Caixa. João Leão disse que "tem um currículo relevante".

O Bloco de Esquerda questionou a escolha de Vítor Fernandes, que passou por administrações da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e, mais recentemente, do Novo Banco, para chairman do Banco Português de Fomento, uma notícia avançada pelo ECO. O ministro das Finanças, João Leão, assegurou tratar-se de alguém com um currículo “relevante”, mas revelou que a responsabilidade nessa nomeação foi de Siza Vieira.

“É uma personalidade com um cv relevante”, justificou João Leão esta terça-feira durante a audição no Parlamento.

“O ministro da Economia terá oportunidade amanhã de dar uma justificação”, acrescentou o ministro, depois de confrontado pela deputada bloquista Mariana Mortágua sobre a nomeação de Vítor Fernandes para presidente do Banco de Fomento. “Porquê esta nomeação?”, questionou Mortágua, lembrando as ligações de Vítor Fernandes aos créditos problemáticos da CGD.

Mariana Mortágua lembrou uma proposta do PS no âmbito da comissão de inquérito à Caixa, em 2019. Os socialistas pretendiam que constasse no relatório final a ideia de que “Maldonado Gonelha, Armando Vara, Celeste Cardona, Francisco Bandeira, Norberto Rosa e Vítor Fernandes tiveram intervenção direta nos créditos mais problemáticos“.

A comissão de inquérito aos atos de gestão da Caixa veio a deixar esta conclusão: “Além dos administradores responsáveis pelos pelouros diretamente associados à concessão dos créditos analisados, as declarações dos restantes administradores com assento regular no Conselho Alargado de Crédito ouvidos nesta comissão (Celeste Cardona, Vítor Fernandes, Norberto Rosa, Rodolfo Lavrador e Carlos Costa) permitiram concluir que a sua presença era uma formalidade. Em todos os casos, os créditos mais problemáticos foram aprovados por consenso e em total sintonia com as propostas dos administradores dos pelouros, sem evidência de debate ou confronto de posições”, concluiu a comissão de inquérito.

Esta conclusão levou Vítor Fernandes, que passou pela administração da Caixa entre 2000 e 2008, a enviar “um direito de resposta” ao Parlamento.

“Tal alusão e conclusão, no que a mim me diz respeito, está factualmente errada, já que não participava habitualmente nos conselhos alargados de crédito, uma vez que as minhas áreas de responsabilidade eram Seguros, Informática e Marketing, que nada tinham a ver com a concessão de crédito”, disse o gestor bancário num carta enviada à comissão de inquérito à Caixa.

(Notícia atualizada às 18h12)

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