BPI Vida e Pensões quebra 551 milhões de negócio em 2020
A participada portuguesa da VidaCaixa registou declínio anual de 45% no volume de negócio, perdendo alguma quota de mercado e peso relativo no total de recursos geridos pelo grupo catalão.
A BPI Vida e Pensões (BPI VeP) registou recuo em diversos indicadores de atividade em 2020, um ano que contrastou com o desempenho do exercício anterior, revela informação anual da VidaCaixa, subsidiária de seguros e previdência do grupo CaixaBank e detentora integral da portuguesa.
Coincidindo com a quebra sinalizada na produção de seguro direto, movimento que ditou a descida da BPI VeP no ranking nacional, do terceiro para o 5º lugar no último exercício, a informação da VidaCaixa mostra a BPI Vida e Pensões a encolher montante de negócio (-45,3% face a 2019), contraindo no volume de recursos geridos e, em consequência, a evidenciar ligeira diminuição do seu peso relativo no total de recursos geridos pelo grupo VidaCaixa.
Enquanto os recursos geridos pelo conjunto do grupo catalão cresceram 3,7%, face a 2019, para cerca de 96,47 mil milhões, o correspondente indicador de gestão da BPI VeP situou-se em 7,495 mil milhões de milhões de euros, apontando descida anual de 2% em valor e a explicar a variação do peso relativo no conjunto do universo VidaCaixa, de 8,2% em 2019, para 7,9% aproximadamente em 2020, segundo o relatório divulgado pela instituição espanhola.
Na operação, o volume de prémios e contribuições do grupo VidaCaixa caiu 18,5%, para os 9,6 mil milhões de euros no perímetro global da entidade catalã, que reitera ter mais de 5 milhões de clientes em Portugal e Espanha, assumindo quota combinada de 12,1%, suficiente para continuar nº 1 do mercado ibérico.
Por seu lado, a BPI VeP participou com 666 milhões de euros (prémios e contribuições), acompanhando a oscilação de sinal negativo da acionista de controlo, mas a averbar queda mais pronunciada: a entidade portuguesa apontou decréscimo de 45,3%, um declínio de 551 milhões face aos 1.217 milhões de euros do negócio contabilizado em 2019.
Em resultado da evolução refletida nos números, a VidaCaixa reafirma que a sua participada é terceira do setor em Portugal e refere que, em 2020, a quota de mercado do BPI VeP nos planos de pensões e seguros de vida, foi de 13,6% 11,8%, respetivamente. Estes indicadores comparam em sentido descendente com os 14,2% e 11,9%, pela mesma ordem de segmentos de mercado, que a entidade catalã divulgou um ano antes.
Os dados confirmam a desaceleração da BPI VeP face a 2019, período em que a entidade liderada por Isabel Castelo Branco mostrou forte crescimento, conseguindo ascender do sexto para o 3º lugar do ranking português, conforme noticiou ECOseguros com base em dados da produção até setembro do ano passado. De acordo com o relatório anual da seguradora relativo a 2019, a produção bruta cresceu 61% face a 2018, totalizando 831 milhões de euros no exercício que precedeu ao ano da pandemia .
No comunicado que resume os resultados anuais do grupo, a VidaCaixa sublinha que, em 2020, “apesar da paralisia comercial verificada nos meses mais duros da crise sanitária e social”, e embora com declínio da receita (primas y aportaciones), “a grande solidez do negócio baseado na gestão da carteira” permitiu segurar o lucro.
Quando se refere aos principais indicadores do exercício reportado, a VidaCaixa indica subida de 11,7% no lucro líquido, o qual ascendeu a 887,9 milhões de euros, com melhoria do rácio de solvência, em 3 pontos percentuais para 172%, a melhorar os 169% que apresentava um ano antes à luz das regras Solvência II.
A VidaCaixa controla o BPI Vida e Pensões desde dezembro de 2017, quando o Banco BPI vendeu a totalidade da participação, após integração do banco português no grupo espanhol Caixabank. A operação de aquisição do negócio segurador do BPI foi anunciada por 135 milhões de euros.
Nos anos seguintes, o negócio BPI VeP seguiu centrado sobretudo na comercialização de produtos de capitalização (seguros ligados a fundos de investimento) vendidos pelo banco BPI e em soluções de seguro. Terceira entre as maiores do mercado português nos fundos de pensões e planos de poupança reforma (PPR e produtos unit linked), assumiu em 2019 a aposta em soluções Vida Risco (produtos sem garantia), em que a volatilidade e o risco associados tendem para o lado do tomador-aforrador.
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