Bruxelas cria novas parcerias e investe 10 mil milhões na transição ecológica e digital
O objetivo é acelerar a transição para uma Europa verde, com impacto neutro no clima. A UE dará 10 mil milhões de euros, que os parceiros deverão igualar com o mesmo montante de investimento.
Bruxelas propôs esta terça-feira a criação de dez novas parcerias entre a União Europeia, os Estados-Membros e a indústria. O objetivo é acelerar a transição para uma Europa verde, com impacto neutro no clima e digital e tornar a indústria europeia mais resiliente e competitiva, referiu a Comissão Europeia em comunicado.
Para isso, a UE disponibilizará cerca de 10 mil milhões de euros de financiamento, que os parceiros deverão igualar com um montante equivalente de investimentos. “Espera-se que este contributo combinado mobilize investimentos adicionais para apoiar as transições e tenha repercussões positivas a longo prazo no emprego, no ambiente e na sociedade”, diz o mesmo comunicado.
Margrethe Vestager, vice-presidente executiva de Uma Europa Preparada para a Era Digital, afirmou: “Trata-se de dominar os desafios da transformação digital que nos afeta a todos e não conhece as fronteiras nacionais, tal como as alterações climáticas. As parcerias hoje propostas mobilizarão recursos para que possamos, em conjunto, tirar o máximo partido das tecnologias digitais, nomeadamente no interesse da nossa transição ecológica”
As parcerias europeias são abordagens previstas pelo Horizonte Europa, o novo programa de investigação e inovação da UE (2021-2027). As dez novas parcerias agora propostas visam melhorar a preparação e a resposta da UE em áreas que vão desde as doenças infecciosas, ao desenvolvimento de aeronaves hipocarbónicas eficientes para uma aviação limpa, apoiar a utilização de matérias-primas biológicas renováveis na produção de energia, assegurar a liderança europeia nas tecnologias e infraestruturas digitais e tornar o transporte ferroviário mais competitivo.
“As parcerias da UE terão um papel central no avanço da dupla transição ecológica e digital para o setor da mobilidade e dos transportes. Para que as nossas ambições se tornem realidade, temos que desenvolver tecnologias disruptivas que tragam para o mercado navios e aeronaves sem emissões, que desenvolver e implantar uma mobilidade cooperativa, conectada e automatizada e que permitir uma gestão do tráfego mais eficiente e moderna”, disse Adina Vălean, comissária dos Transportes.
De entre as dez parcerias, algumas das quais se baseiam em empresas comuns existentes, destacam-se:
Europa Circular de base Biológica: Esta parceria contribuirá significativamente para os objetivos climáticos para 2030, abrindo caminho à neutralidade climática até 2050, e aumentará a sustentabilidade e a circularidade dos sistemas de produção e consumo, em consonância com o Pacto Ecológico Europeu. Visa desenvolver e expandir o aprovisionamento sustentável e a conversão da biomassa em produtos de base biológica, bem como apoiar a implantação da inovação de base biológica a nível regional, com a participação ativa dos intervenientes locais e com vista a revitalizar as regiões rurais, costeiras e periféricas.
Hidrogénio Limpo: Esta parceria acelerará o desenvolvimento e a implantação de uma cadeia de valor europeia para as tecnologias do hidrogénio limpo, contribuindo para sistemas energéticos sustentáveis, descarbonizados e plenamente integrados. Juntamente com a Aliança para o hidrogénio, contribuirá para a realização dos objetivos da União apresentados na Estratégia do Hidrogénio da UE para uma Europa com impacto neutro no clima. Centrar-se-á na produção, distribuição e armazenamento de hidrogénio limpo e no fornecimento de setores difíceis de descarbonizar, como as indústrias pesadas e transportes pesados.
Aviação Limpa: Esta parceria lança a transição para a neutralidade climática na aviação, acelerando o desenvolvimento e a implantação de soluções disruptivas de investigação e inovação. Visa desenvolver a próxima geração de aeronaves ultra eficientes com baixas emissões de carbono, novas fontes de energia, motores e sistemas, melhorando a competitividade e o emprego no setor da aviação, que serão especialmente importantes para a recuperação.
Setor Ferroviário Europeu: Esta parceria acelerará o desenvolvimento e a implantação de tecnologias inovadoras, especialmente digitais e de automatização, para provocar a transformação radical do sistema ferroviário e concretizar os objetivos do Pacto Ecológico Europeu. Ao melhorar a competitividade, apoiará a liderança tecnológica europeia no setor ferroviário.
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