Um ano depois, 27 empresas portuguesas reúnem-se na primeira feira presencial no Dubai
Empresas portuguesas estão no Dubai para participar na Gulfood e Gulf Host. São as primeiras feiras presenciais desde início da pandemia. Para o tecido industrial o balanço é positivo.
Um grupo de 27 empresas portuguesas rumou até ao Dubai para participar nas feiras Gulfood e Gulf Host, entre os dias 21 e 25 de fevereiro. A última participação presencial foi há um ano, sendo que estas são as primeiras feiras do setor alimentar e equipamentos de hotelaria e restauração a realizar-se em formato presencial, a nível mundial.
A opinião é unânime e para o tecido industrial português, apesar do número de visitantes e expositores estar um “pouco abaixo do normal”, o balanço é positivo e o contacto físico é fundamental naquele que é o maior certame da região do Médio Oriente.
A empresa de produtos alimentares, Novarroz, está presente na Gulfood 2021, um dos mais importantes certames a nível mundial para a fileira alimentar e bebidas. Para o administrador da empresa, André Coelho, este é um “sinal positivo” e de encorajamento às empresas e se tudo correr bem “será um exemplo de que é possível voltarmos a fazer feiras presenciais, seguindo todos os protocolos de segurança, sem que isso represente um risco acrescido de saúde pública”.
O administrador da portuguesa Novarroz destaca a importância de voltar a ver presencialmente alguns dos clientes mais importantes, após um ano de conversas telefónicas e reuniões online. Considera que há uma “redução clara” do número de expositores, mas realça que os contactos que estão a fazer são “mais incisivos“, até porque, na sua ótica, quem visita a feira este ano “vem com objetivos concretos de negócios a realizar”.
Para além da Gulfood, está a decorrer em simultâneo no Dubai a Gulf Host 2021, direcionada a equipamentos de hotelaria e restauração. As empresas ICEL – Indústria de Cutelarias da Estremadura – e a empresa Fiamma, marca histórica da RST, são dois exemplos de empresas que estão presentes nesta feira. Ambas dizem que a afluência de visitantes é menor, embora considerem que é uma grande oportunidade e que o contacto físico é fundamental.
Para o general manager da ICEL, Nuno Radamanto, “as expectativas para a feira eram baixas”, tendo em conta o sentimento de receio que ainda paira na população, mas confessa que “foram superadas”, embora a afluência à feira seja mais baixa do que o habitual.
É bom podermos voltar a ver presencialmente alguns dos nossos clientes mais importantes, após um ano de conversas telefónicas e reuniões online. Há uma redução clara do número de visitantes, mas os contactos que fizemos foram também mais incisivos, pois quem visita a feira este ano vem com objetivos concretos de negócios a realizar.
Para o diretor geral da RST, Pedro Serra, o número de visitantes locais e sobretudo a sua focalização e interesse nos novos negócios para o futuro próximo “foram surpreendentes”, considerando que “existia uma grande expectativa em reencontrar pessoalmente alguns dos distribuidores da empresa que não visitavam há mais de um ano”. Na sua ótica é “fundamental o contacto físico”.
Ambos os responsáveis da empresas consideram que estão a conseguir discutir com potenciais clientes como em outrora e de certa forma com “alguma normalidade”. Para as empresas, o facto de esta ser a primeira feira presencial em 12 meses é uma luz ao fundo do túnel. “Esperamos avidamente que seja um sinal de um regresso à normalidade económica”, destaca o general manager da ICEL.
Para o diretor geral da RST, a luz ao fundo do túnel deve-se especialmente ao processo de vacinação. “As vacinas é que foram a luz ao fundo do túnel que permitiu fazer esta feira e acreditar na realização de mais feiras presenciais no futuro próximo”. Pedro Serra diz que a experiência está a ser “muito positiva” e que só uma catastrófica situação de novos casos no seguimento desta feira é que faria ponderar voltar atrás com a realização de feiras presenciais este ano.
Para o administrador da AEP, Paulo Vaz, “apesar das expectativas serem naturalmente baixas, as empresas estão particularmente satisfeitas com os contactos e com as perspetivas de negócios já realizados, o que antecipa uma normalização rápida dos negócios nos mercados do Golfo”.
Para Paulo Vaz, que está a acompanhar esta comitiva ao Dubai, o balanço é “claramente positivo” e que “a participação nestas feiras, entendido como algo simbólico dado serem as primeiras em muitos meses, resulta num balanço e avaliação final que não poderia ser mais positivo e esse sentimento é partilhado por todas as empresas representadas”, constata o administrador da AEP.
Paulo Vaz concorda com os intervenientes ouvidos pelo ECO e refere que o número de visitantes e expositores está um “pouco abaixo do que o normal”, mas que os “contactos e os negócios das empresas portuguesas presentes acabam por se revelar muito positivos com encomendas confirmadas”.
Durante a visita, o presidente da AICEP felicitou a AEP pela iniciativa, afirmando que a primeira presença física em feiras no exterior depois do início da pandemia “é um sinal positivo e de encorajamento às empresas exportadoras na retoma da sua atividade nos mercados internacionais”.
Quanto aos cuidados a ter, as empresas destacam o uso da máscaras, a desinfeção das mãos e do espaço, evitar trocar cartões-de-visita e encurtar duração das reuniões são as técnicas mais recorrentes. Para o administrador da AEP, Paulo Vaz, que está a acompanhar este grupo de 27 empresas, a segurança das pessoas foi uma das maiores preocupações da associação e como tal foi necessário todo um processo logístico que teve que ser repensado e adaptado a uma nova realidade, desde a preparação das mercadorias e o seu processo de transporte, à preparação das áreas de negócio das empresas.
"A participação nestas feiras, entendido como algo simbólico dado serem as primeiras em muitos meses, resulta num balanço e avaliação final que não poderia ser mais positivo e esse sentimento é partilhado por todas as empresas representadas.”
“A AEP elaborou um conjunto de procedimentos de segurança que possam permitir estas participações, desde equipamento de proteção individual, a contratualização de duas tipologias de seguros associadas a cada participante, A contratualização dos necessários testes PCR para entrada e saída do país (Dubai), regras de segurança e distanciamento nos pavilhões de feira e na sua arquitetura, capacidades máximas, sinaléticas”, conta ao ECO, Paulo Vaz, administrador da AEP.
Este é o maior certame da região do Médio Oriente e um dos mais importantes a nível mundial para a fileira alimentar e bebidas (Gulfood) e no evento de referência para o setor dos equipamentos de hotelaria e restauração (Gulf Host).
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