Groundforce precisa de 3 milhões para pagar salários. Renegoceia dívida de 10 milhões com a ANA

Trabalhadores continuam sem receber a remuneração de fevereiro, o que Alfredo Casimiro espera aconteça até ao final da semana.

A Groundforce precisa de três milhões de euros para pagar salários de fevereiro, segundo o acionista maioritário Alfredo Casimiro. O empresário, que é também presidente do Conselho de Administração da empresa, espera conseguir fechar nos próximos dias um acordo com o Governo que permite regularizar a situação. Enquanto isso está igualmente a renegociar uma dívida com a ANA – Aeroportos de Portugal.

“A Groundforce neste momento precisa de 3 milhões de euros para pagar salários de fevereiro”, disse Casimiro, em entrevista ao programa Negócios da Semana da SIC. “Até sexta-feira obrigatoriamente temos de resolver a situação dos salários sob pena de um descontrolo total da empresa”.

Quase 2.400 trabalhadores continuam sem receber os salários de fevereiro quando a empresa entrou em rutura de liquidez. Face ao impacto da pandemia, a Groundforce — que é detida em 50,1% pela Pasogal de Casimiro e em 49,9% pela TAP — tinha pedido em julho uma garantia pública para um empréstimo de 30 milhões de euros, mas nunca chegou a receber esse aval.

Em simultâneo, pediu o adiantamento do pagamento, em parte ou no todo, das faturas emitidas à TAP por serviços prestados. “Adiantaram 13 milhões de euros entre novembro e janeiro. Desses 13 milhões de euros, seis milhões já venceram portanto já são considerados pagos porque são referentes a dezembro e janeiro”, explica o empresário.

Para dar mais dinheiro, a companhia aérea propôs o adiantamento de dois milhões de euros por serviços ainda não prestados referentes a maio de 2021 e pedia como garantia o penhor das ações detidas pela Pasogal, o que o acionista classificou na terça-feira como “incompreensível” e “ilegal”. Entretanto voltou atrás e decidiu aceitar dar a participação como garantia, mas pede mais tempo.

“Na proposta que temos neste momento, teríamos de entregar este dinheiro até ao dia 15 de março e para nós é completamente impossível levantarmos o empréstimo com o respetivo aval porque tem uma série de burocracias envolvidas até ao dia 15 de março. O que quereria dizer que a TAP ficaria dona das ações da Groundforce porque nós não teríamos capacidade de pagar”, afirmou, avançando que enviou na quarta-feira uma proposta ao ministro Pedro Nuno Santos em que pedia o penhor das ações fique em vigor só até o empréstimo ser recebido.

Além da TAP, a Groundforce deve também dinheiro à ANA, referente à utilização da plataforma, mas este caso está a ser negociado um plano de pagamentos. “Estamos hoje a dever cerca de 10 milhões à ANA, com quem já conseguimos um desconto e com quem estamos a negociar um pagamento faseado. Onde a TAP nos está a colocar é numa posição de, assim que receberem o dinheiro, tens de nos devolver o todo. Mas assim faremos. Já passamos por situações mais complexas no passado”, acrescentou, à SIC.

Alfredo Casimiro voltou a dizer que o cenário de nacionalização não foi ainda afastado pelo ministro Pedro Nuno Santos, que poderá recorrer a uma solução ao género da Efacec para tomar conta da Groundforce, regularizar a situação financeira e voltar a vender a participação a um novo privado.

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