Herdade Maria da Guarda supera pandemia “sem estragos”
Mesmo em cenário de pandemia, a Herdade Maria da Guarda conseguiu superar a pandemia "sem estragos" e fechar o ano com um crescimento de 10%.
A Herdade Maria da Guarda é um dos maiores produtores de azeite em Portugal. Só no Alentejo, produziu nesta campanha um milhão de litros de azeite. Apesar do cenário pandémico, a Herdade conseguiu superar a pandemia “sem estragos” e acabar o ano passado com um crescimento de 10%.
O CEO da Herdade Maria da Guarda, João Cortez de Lobão, explica que em tempos de pandemia, houve aumento de procura de azeite e que os supermercados continuaram a pedir azeite e até subiram ligeiramente as vendas em relação ao ano anterior.
“Preparamo-nos para o pior e tivemos a sorte e o mérito de conseguir passar esta onda avassaladora praticamente sem estragos“, conta ao ECO o CEO da Herdade Maria da Guarda, que emprega 38 pessoas.
Com a pandemia, as operações na quinta, localizada na Serpa, sofreram alterações profundas, tanto a nível dos trabalhadores, como a nível de processos. Picar o ponto deixou de ser uma prática e as reuniões com potenciais clientes passaram a ser a “céu aberto”.
Para João Cortez de Lobão, 2020 foi um “ano tenso” no sentido de “preocupação constante com as pessoas”. Explica que o momento mais difícil para a herdade foi arrancar com o lagar que começou no início de outubro e acabou em janeiro. “No campo, foi relativamente fácil introduzir novos hábitos como o distanciamento e a higienização, mas no lagar – que é o local onde se pisam as azeitonas – foi mais complicado fazer essa gestão”.
O lagar funciona 24 horas por dia e tem três equipas que asseguram todo o processo. O CEO da Herdade Maria da Guarda conta que o maior medo era se uma das pessoas de determinada equipa ficasse infetada, toda essa equipa teria que ir para casa durante duas semanas. Conta que passar de três equipas para duas “é de uma violência incrível até porque uma equipa faz oito horas e já é cansativo, não pode fazer 12 horas dentro de um lagar. Foi uma altura de maior stress em que os procedimentos foram muito mais apertados”.
Todavia, apesar das dificuldades, a Herdade Maria da Guarda conseguiu fechar a campanha sem ter nenhum colaborador infetado com Covid-19 e e conseguiram “vender azeite todo sem qualquer problema”, constata João Cortez de Lobão, com orgulho.
A Herdade Maria da Guarda é uma Casa Agrícola datada de 1779. Para o CEO a pandemia da Covid-19 não foi o pior momento da empresa. João Cortez de Lobão explica que a Guerra Civil Portuguesa, conhecida também como Guerra Miguelista que durou entre 1832 a 1834, a expropriação em 1975, e a gripe espanhola em 1918, foram os momentos mais complicados na história da empresa.
Neste ano de pandemia, nasceram dois filhos de colaboradores da Herdade Maria da Guarda. O CEO refere que foi atribuído um prémio de 800 euros a cada um para ajudar neste primeiros meses de vida e que para a empresa “é um motivo de alegria”, destaca.
Humildade foi a grande lição que o CEO da Herdade Maria da Guarda retirou desta pandemia. “Por mais que evoluímos a nível científico, cultural, social, de técnicas de gestão, o ser humano está sempre fragilizado perante a natureza e perante aquilo que nos rodeia. Temos que ter uma atitude de humildade”.
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