Azeite orgânico da Herdade Maria da Guarda ruma aos EUA

A Herdade Maria da Guarda, um dos maiores produtores de azeite em Portugal, acaba de assinar um acordo para exportar 300 toneladas de azeite orgânico para a California Olive Ranch.

É um dos maiores produtores de azeite em Portugal. Com mais de 1,3 milhões de oliveiras plantadas, numa área superior a 700 hectares, a Herdade Maria da Guarda produz, só no Alentejo, cerca de dois milhões de quilos de azeite por ano, o que equivale a 2% da produção nacional. A Herdade, que conta com quase dois séculos e meio de existência, acaba de fechar um acordo para o fornecimento de azeite a granel, com a empresa norte-americana California Olive Ranch, no valor de um milhão de euros. Esta será a estreia do azeite da casa agrícola no mercado norte-americano.

Com este protocolo, a Herdade Maria da Guarda vai exportar para os EUA — mais concretamente para a Califórnia cerca de 300 toneladas de azeite, o que representa aproximadamente 15% a 20% da produção total. “Este é um acordo que, além de abrir portas para os EUA por traduzir um importante passo para a Herdade Maria da Guarda, também representa uma vitória para uma empresa europeia ao entrar num mercado difícil como o norte-americano“, conta ao ECO João Cortez de Lobão, CEO da Herdade Maria da Guarda.

O azeite português da Herdade Maria da Guarda será exportado para a Califórnia e estará na origem de uma nova marca de azeite chamada “Destination Series”. Esta marca pertence à produtora e embaladora California Olive Ranch, que estabeleceu uma parceria com três países: Chile, Argentina e Portugal.

João Cortez destaca que o azeite produzido na Herdade Maria da Guarda, no Alentejo, não tem pesticidas nem produtos químicos, e que a empresa norte-americana fez uma série de análises para testar a qualidade do produto. Explica ao ECO que a California Olive Ranch “procura azeites orgânicos de primeira qualidade para vender nos EUA porque não têm produção suficiente para satisfazer toda a procura”.

Na Herdade Maria da Guarda é produzido azeite 100% virgem extra, “um azeite que não tem acidez e é muito valorizado pelo mercado”. Face ao destaque e, acima de tudo, à procura, João Cortez salienta que o “azeite já não é um condimento mas sim um ingrediente”.

Portugal é dos países que mais tem crescido na produção de azeite. Somos um exemplo internacional de qualidade.

João Cortez de Lobão

CEO Herdade Maria da Guarda

Na Herdade Maria da Guarda, toda a produção tem como destino o mercado externo, sendo a Itália o principal, com uma quota de 60%, seguido de Espanha e dos EUA. João Cortez destaca que azeite português tem vindo a ter uma maior procura internacional é muito fácil vendê-lo, tendo em conta a qualidade”. Conta que, na herdade, existem cerca de três mil oliveiras com idades compreendidas entre os 150 e os 200 anos.

Durante a campanha, que tem início em outubro e termina, no máximo, no início de janeiro, são produzidas entre 30 a 50 toneladas de azeite por dia. A herdade, localizada no Alentejo, tem capacidade para armazenar 1,2 milhões de quilos de azeite. João Cortez conta ao ECO que “Portugal é o país do mundo que tem a maior percentagem de azeite de alta qualidade na sua produção. Explica que “75% do azeite produzido em território nacional é de topo”.

Para além de colocar Portugal nas bocas do mundo, a Herdade Maria da Guarda está a contribuir para um ambiente mais saudável, uma vez que as 1,3 milhões de oliveiras plantadas produzem anualmente mais de oito toneladas de oxigénio para o país, conta com orgulho João Cortez.

A Herdade de Maria da Guarda está na família de João Cortez, acionista da marca, há mais de três séculos e, atualmente, emprega 40 colaboradores. João Cortez foi jornalista durante uma década, passou ainda pelo fundo de investimento Friends Villas Fischer Trust Investiments, nas Torres Gémeas em Nova Iorque, mas acabou por regressar, anos mais tarde, a Portugal. Trabalhou enquanto administrador de uma gestora de patrimónios do BCP e, em 2016, decidiu largar tudo para dedicar-se de corpo e alma ao negócio da família e “torná-lo mais rentável”.

A Herdade Maria da Guarda faturou, o ano passado, cerca de seis milhões de euros, um número que espera ver crescer este ano. João Cortez destaca que um dos objetivos é continuar a crescer no mercado dos EUA, encontrar oportunidades em outras geografias e “levar o nome de Portugal e do azeite português mais longe“, conclui o CEO da Herdade Maria da Guarda.

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