Produção de vinho afunda. Mas foi um ano bom para o azeite
O rendimento da agricultura em Portugal terá aumentado 0,6% em 2018. O ano ficou marcado por condições meteorológicas adversas, em que a produção de vinho afundou, mas a produção de azeite cresceu.
Este ano vai ficar marcado por aumentos expressivos na produção de azeite, e quedas significativas na produção de vinho e de batata. É o que mostra a primeira estimativa das Contas Económicas da Agricultura, publicadas esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Num ano marcado por “valores de precipitação e temperatura acima do normal”, em que se registou “um outono muito quente e seco”, seguido de “um inverno igualmente seco mas extremamente frio”, e no qual a “precipitação elevada” apenas se iniciou na primavera, os dados mostram que o rendimento da atividade agrícola em Portugal, por unidade de trabalho, deverá crescer 0,6%. Ainda assim, é um crescimento bem mais modesto do que os 5,4% registados no ano passado.
Vinho teve o pior ano das últimas duas décadas
Em termos de produção vegetal, estima-se um aumento de 0,9% em valor, um decréscimo de 3,1% em volume e um aumento dos preços de base de 4,1%. O destaque vai para as plantas industriais, cuja produção deverá aumentar 5,9%, e para as plantas forrageiras, que terão melhorado a produção em 11,7%. Deverá registar-se ainda um crescimento na produção de cereais, à exceção do arroz e do centeio, e uma subida residual de 0,8% na produção de frutos.
Contudo, as condições meteorológicas adversas e a doença terão resultado numa queda da produção de batata na ordem dos 15%. Em causa está a doença de míldio e a “diminuição da área originada pelo encharcamento dos solos”. O preço de base da batata deverá, por isso, subir na ordem dos 14,7%.
Nota muito negativa para a produção de vinho este ano. “As previsões para 2028 apontam para a menor produção de vinho em quantidade dos últimos vinte anos, tendo decrescido 20% face ao ano anterior, devido ao calor excessivo verificado em agosto”, indica o INE em comunicado. O preço de base deverá subir apenas 0,1%.
Em sentido inverso, nota muito positiva para a produção de azeite, que deverá aumentar 8,7% em volume. “Esta evolução resulta da combinação de duas campanhas com diferentes níveis de produção: a campanha 2017/2018 registou um aumento de 94,1% na sequência da entrada em produção de novas área de olival regado; para a campanha 2018/2019, pelo contrário, prevê-se um decréscimo de 15% face à anterior”, indica o INE. Estima-se que o preço de base aumente 0,3%.
Produção vegetal: variação do volume, preço e valor dos principais produtos em 2018
Preço de base do leite vai aumentar 3,4%
Em relação aos produtos animais, o INE perspetiva “um crescimento de 2,2%” na produção animal, com subidas na categoria dos bovinos, ovinos e caprinos e o leite, cujo preço de base deverá registar a subida mais expressiva, na ordem dos 3,4%.
O INE estima “um acréscimo em volume” de 4,3% dos bovinos, resultado do “acréscimo dos abates, essencialmente de bovinos adultos“, e também das “medidas de apoio ao abandono da atividade por parte dos produtores de leite, a partir de agosto de 2018”.
Em sentido inverso, os suínos deverão registar “um decréscimo nominal da produção” de 3,1%, fruto do “aumento do volume” e do “decréscimo dos preços”. O INE explica que o primeiro aspeto deve-se a “um acréscimo dos abates de leitões, porcos para engorda e porcos reprodutores, bem como o peso dos animais abatidos”. Já a diminuição dos preços no produtor é justificada com a “concorrência” do produto importado”.
Produção animal: variação do volume, preço e valor dos principais produtos em 2018
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