Ajudar a TAP é como “dar doces às crianças”. “Pedem sempre mais”, diz CEO da Ryanair

O presidente-executivo da Ryanair não esconde ser contra a ajuda que está a ser dada à TAP. Diz tratar-se de um "desperdício completo de dinheiro", que nunca será recuperado.

O presidente-executivo da Ryanair é contra a ajuda estatal que está a ser dada à TAP, apontando o dedo à Comissão Europeia por estar a discriminar outras companhias aéreas, nomeadamente as privadas. Eddie Wilson já apresentou mesmo queixa no Tribunal da União Europeia (UE) e mostra-se confiante na vitória deste processo. Fala em “desperdício de dinheiro”, dinheiro esse que “nunca será recuperado”.

“Portugal vai sair a perder com a ideia de gastar tanto dinheiro numa companhia aérea”, disse o CEO da Ryanair esta quinta-feira, em conferência de imprensa. “Esse dinheiro nunca vai ser recuperado. Nunca. É como dar doces a uma criança… ela volta sempre para pedir mais”, acrescentou.

Eddie Wilson disse ainda que este empréstimo à TAP é uma “má ideia”, por tratar-se de um “total desperdício de dinheiro” que podia ser usado para, por exemplo, hospitais. “A Comissão Europeia tem sido incorreta. Esse dinheiro nunca vai ser devolvido”, continuou.

O presidente executivo da companhia irlandesa acusou ainda Bruxelas de estar a discriminar outras companhias aéreas. “As companhias aéreas privadas são mais do que suficientes para cobrir esses gaps”, explicou.

Sobre o processo que corre no Tribunal da UE, Eddie Wilson mostrou-se confiante, apesar de já ter perdido uma vez. “Vamos ganhar isso. Porque não há nenhuma razão para se dar dinheiro a uma companhia por causa da cor da sua bandeira”, afirmou. Recentemente, o responsável já tinha afirmado em entrevista à Lusa que iria “até às últimas instâncias” neste processo.

Confiante para o verão, Ryanair inaugura duas rotas

Contrariamente à TAP, a situação financeira da Ryanair está “sólida”, garantiu Susana Brito, responsável de comunicação da companhia irlandesa, também presente na conferência de imprensa desta manhã. Para os próximos meses, sobretudo no verão, as estimativas são positivas. “2020 foi bastante complicado. Mas estamos otimistas com o facto de os países continuarem a progredir com a vacinação“, acrescentou.

De facto, a vacinação é mesmo a “chave” para a retoma do setor, disse Eddie Wilson. “Temos de estar otimistas com o que vai acontecer e esperar que as pessoas comecem a procurar voos. Não se podem confinar as pessoas para sempre”, disse o CEO.

Mas enquanto o processo de vacinação decorre, a Ryanair decidiu antecipar-se e criar duas novas rotas em Portugal: Lisboa-Colónia, duas vezes por semanas, e Faro-Belfast, todos os dias. Assim, no verão, a companhia low-cost vai operar 121 rotas, num total de 595 voos semanais de/para 15 países.

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