Portugal é dos países mais dependentes das trocas comerciais intra-UE

Portugal está entre os países mais dependente das trocas comerciais realizadas dentro do mercado único europeu. O país com a mais dependência é o Luxemburgo.

Portugal encontra-se entre os países da União Europeia mais dependentes das trocas comerciais feitas com outros Estados-membros. Mais de 70% das importações e exportações das empresas portuguesas são para o mercado europeu, acima da média europeia que se situa perto de 60%, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat.

A maioria dos Estados-membros da União Europeia tem no mercado interno o maior destino das suas exportações e origem das suas importações. Há apenas dois casos em que essas percentagens não superam os 50%: é o caso do Chipre, que importa mais de 50% da UE mas exporta pouco para os Estados-membros, e da Irlanda, por questões geográficas, dado que o seu principal parceiro comercial é o Reino Unido, o qual já não faz parte da União.

Comércio de bens dentro e fora da UE

O Eurostat explica isso mesmo: a variedade de dependência das trocas comerciais intra-UE “reflete até certo ponto as ligações históricas e a localização geográfica”. Estes são fatores que também explicam a dependência de Portugal e de outros países ao mercado interno, como é o caso do Luxemburgo — onde quase 90% das importações e exportações são dentro da UE –, entre outros.

Outra curiosidade destes dados é que a Holanda continua a ser a “porta de entrada” dos bens da União Europeia, importando uma grande parte dos bens de países terceiros que depois são canalizados para os países europeus. Tal acontece pela importância histórica dos portos holandeses como o de Hamburgo.

Pandemia afetou significativamente o comércio internacional

Nesta publicação o Eurostat faz um balanço do ano de 2020 no comércio internacional e a conclusão é inevitável: a pandemia afetou significativamente as trocas comerciais com uma queda de 9,4% das exportações de bens e de 11,6% das importações de bens, em comparação com 2019.

Variação do comércio internacional de bens na UE

Ainda assim, a União Europeia conseguiu aumentar o seu saldo comercial de bens positivo face ao resto do mundo, registando um excedente de 217 mil milhões de euros. Desde 2011, ano em que se registou um pequeno défice, que a UE tem um excedente comercial de bens. O máximo foi alcançado em 2016 com 264 mil milhões de euros.

Na década que acabou, as exportações estiveram a crescer sempre, à exceção de 2020, com as subidas mais significativas a registaram-se nos ano seguintes à crise financeira: 12% em 2011 e 9% em 2012, apesar da crise das dívidas soberanas. O mesmo aconteceu com as importações, ainda que com crescimentos menos ao longo dos últimos dez anos.

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