Restaurantes e shoppings reabrem
Portugal avança para a 3.ª fase do desconfinamento. Na generalidade dos concelhos, restaurantes passam a usar o espaço interior, as lojas de rua e dos shoppings abrem e os espaços culturais também.
“Gradual”. Foi desta forma que o Governo definiu o desconfinamento, após dois meses em que o país este praticamente fechado na tentativa de travar a escalada da pandemia. E é isso que tem vindo a acontecer, após sucessivas avaliações bem-sucedidas quanto ao evoluir da pandemia do novo coronavírus. Portugal começou a abrir em março, deu mais um passo no arranque deste mês e, agora, dá outro, embora alguns concelhos fiquem para trás.
Apesar de o país apresentar um Rt ligeiramente superior a 1, o que tem sido motivo de alertas por parte do Executivo de António Costa, apresenta também um nível de incidência de novos casos bastante abaixo da “linha vermelha”, em torno dos 70 casos por cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. A “bússola” do desconfinamento permite, por isso, “avançar” no plano.
É perante este sinal “verde” que, no que toca à educação, há um regresso em pleno às aulas. Independentemente do nível de risco do concelho, avança a retoma das atividades letivas presenciais para alunos do ensino secundário e superior, neste último caso com as universidades a terem autonomia para tomarem a decisão.
Esta é uma realidade em todo o país, ainda que nem todos os concelhos possam progredir para a terceira fase do desconfinamento: há seis que se mantêm na segunda fase do plano, enquanto outros quatro fazem mesmo marcha-atrás, voltando ao modelo vivido em todo o país antes da Páscoa. Até com a proibição de circulação entre concelhos.
Para a grande maioria dos concelhos, e dos portugueses, esta segunda-feira, 19 de abril, permitirá voltar a alguma normalidade, sem nunca esquecer, no entanto, as regras de higiene, de distanciamento social e do uso de máscaras.
O que muda, então? Comecemos pela restauração, setor que tem sido fortemente castigado por todas as medidas restritivas por causa da pandemia. Depois de só poderem vender ao postigo e em take away ou delivery, a segunda fase do desconfinamento trouxe a abertura das esplanadas. O bom tempo que se tem feito sentir ajudou, embora tenha havido várias multas por incumprimento dos dois metros de distância entre mesas.
Nesta nova fase, nas esplanadas dos restaurantes, cafés e pastelarias passam a poder sentar-se seis pessoas em cada mesa, contra as quatro até aqui, mas mais importante é o facto de os restaurantes poderem passar a receber clientes no seu interior com um máximo de quatro pessoas por mesa.
Estes espaços vão ter, contudo, de continuar a cumprir limitações ao nível do horário de funcionamento. A terceira fase do desconfinamento prevê que os restaurantes, cafés e pastelarias tenham de encerrar às 22h30 aos dias de semana. Durante o fim de semana as regras são mais apertadas, mantendo-se o horário de fecho às 13h00.
De volta às compras?
Se muitos vão poder “tirar a barriga da miséria” nos restaurantes, cafés e pastelarias, outros vão fazer o mesmo, mas com o regresso às compras nas lojas, seja as de rua, seja as dos shoppings.
Nesta terceira fase do desconfinamento “todas as lojas e centros comerciais” voltam a poder abrir portas, de acordo com o Governo, exigindo-se o cumprimento da regra do número de pessoas por metros quadrados, bem como as de higiene.
Depois de tantos meses de restrições, ainda que com algum alívio nos meses do verão, as famílias têm acumulado muitas poupanças, por isso poderá começar-se a assistir ao “revenge spending” com a reabertura destes espaços comerciais que, dizem, estão preparados.
As associações que representam as lojas de rua e dos shoppings dizem que “reforçaram ainda mais as exigentes regras sanitárias com o objetivo de responder à expectável afluência de consumidores, depois de um longo período encerrados”.
“Houve um esforço acrescido na formação e testagem de colaboradores e um reforço, entre outros, no que aos equipamentos de proteção individual e barreiras de proteção, diz respeito”, asseguram.
As associações reforçam ainda que os espaços estão preparados para a reabertura, depois de três meses de encerramento, e que seguirão a “experiência adquirida com a reabertura anterior, alicerçada nos ‘Guias de Boas Práticas’ agora revistos e validados” pela Direção Geral de Saúde.
Mais cultura, mais desportos
Além das lojas, incluindo as lojas de cidadão, ainda que com atendimento presencial por marcação, também reabrem os espaços culturais, desde o cinema aos teatros, também estes com limitações de ocupação, apesar de estar garantido o cumprimento das regras de segurança e higiene necessárias em tempos de Covid-19. É também permitida a realização de eventos exteriores com diminuição de lotação (cinco pessoas por 100 metros quadrados).
O Governo também passa a autorizar a prática de modalidades desportivas de médio risco, enquanto a atividade física ao ar livre passa a ter um limite de até seis pessoas.
No lote das atividades desportivas de médio risco estão incluídos o andebol, basquetebol, futebol, futsal, hóquei em patins e voleibol. Corfebol, futebol de praia, hóquei e hóquei em linha, polo aquático, aquatlon, hóquei subaquático e râguebi subaquático também podem regressar, assim como o râguebi em cadeira de rodas, o desporto que faltava regressar para pessoas com deficiência.
Casamentos voltam, mas com poucos convidados
Também os casamentos e batizados vão poder voltar a ser realizados com convidados, embora havendo uma limitação a 25% da lotação do espaço em que se realiza.
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que no ano passado realizaram-se 18.902 casamentos, ou seja, menos 43,1% do que em 2019, ano em que se realizaram em Portugal 33.272 matrimónios (menos 3,9% que em 2018). Já este ano, em janeiro realizaram-se 812 casamentos (menos 671 do que em janeiro de 2020), em fevereiro 420 (menos 1.017) e em março 748 (menos 287).
Com o levantamento de parte das restrições, as cerimónias poderão aumentar, ainda que ligeiramente. O setor diz, à Lusa, que há muitos matrimónios adiados para 2021 e 2022, isto porque os noivos preferem fazer a festa de sonho sem desconvidar dezenas de pessoas.
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