UE recebe 410 milhões de doses no segundo trimestre para imunizar 70% dos adultos até julho
No final de março, Bruxelas esperava receber 360 milhões de doses de vacina no segundo trimestre, mas afinal serão mais 50 milhões. Do total, dez milhões vêm para Portugal, mais do que o esperado.
A União Europeia vai receber 410 milhões de doses de vacina contra a Covid-19, revelou esta sexta-feira Thierry Breton, Comissário Europeu do Mercado Interno. Estas doses resultam de um aumento de produção da vacina na Europa e vão permitir vacinar 70% da população adulta até julho.
“No segundo trimestre, teremos 410 milhões de doses de vacinas [contra a Covid-19] que serão fornecidas a todos os Estados-membros. [Destas], 10 milhões de doses são para Portugal“, disse.
O comissário falava numa audição conjunta na Comissão de Assuntos Europeus, na Comissão de Saúde e na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social, sobre a estratégia de vacinação na União Europeia (UE).
Segundo o comissário estas doses resultam do aumento de produção feito na Europa. No final de março Bruxelas esperava receber 360 milhões de doses no segundo trimestre, receberá assim mais 50 milhões.
Este aumento também será sentido em Portugal onde, segundo a última informação a que o ECO teve acesso, eram esperadas mais de 9 milhões de doses de vacinas. Agora serão 10 milhões, de acordo com Thierry Breton.
Com estes valores há um novo objetivo. Se no início o objetivo europeu era ter 70% da sua população adulta vacinada até ao final do verão, essa marca deverá agora ser atingida em julho. A Comissão Europeia quer “dar doses suficientes para que, a meio de julho, o conjunto dos Estados-membros, incluindo Portugal, possam vacinar totalmente 70% dos adultos com mais de 18 anos” e, até ao final do verão, todos os restantes que assim queiram.
A finalizar a sua intervenção, o comissário disse ainda que esperava que a União Europeia obtivesse imunidade mais rápido que o Reino Unido e aproximadamente ao mesmo tempo que nos Estados Unidos da América.
Perante os deputados, o comissário europeu adiantou ainda que esta aceleração da produção de vacinas para combater a pandemia surge depois de “um primeiro trimestre que foi complicado”, uma vez que um dos fornecedores (AstraZeneca) “não cumpriu os seus compromissos”, fornecendo 30 milhões das 120 milhões de doses previstas. O início da campanha de vacinação foi, aliás, marcada por atrasos de entrega (quer da AstraZeneca, quer da Pfizer) e o mesmo aconteceu mais recentemente, com a suspensão de entregas na Europa da Janssen, algo que preocupa os deputados. Porém, o comissário deu a entender que as situações estão resolvidas.
Em resposta aos deputados do Bloco de Esquerda e do PCP, que invocam a necessidade de combater a pandemia globalmente e de se exportar mais vacinas para os países que precisam, bem como de acabar com as patentes, Thierry Breton relembra que a Europa é o exportador principal de vacinas no âmbito da iniciativa COVAX. “Decidimos manter 60% das doses connosco e vamos poder alcançar o objetivo de ter 70% da população vacinada e também vacinar os restantes. O primeiro fornecedor da COVAX é a Europa”, disse, recordando que os os Estados Unidos têm uma ordem executiva que impede a essa exportação até que todos os norte-americanos estejam vacinados.
Por fim, referindo-se à aquisição de outras vacinas, nomeadamente a vacina russa Sputnik V, o comissário esclareceu que não tem nada contra esta vacina, mas que não será esta vacina a resolver o problema. “Os cientistas russos têm qualidade, mas não é apenas a ciência, é preciso fabricar [a vacina] e mesmo com mais uma vacina ela não será entregue da noite para o dia.“
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