Ursula von der Leyen sobre o “sofagate”: “Senti-me magoada e sozinha, como mulher e como europeia”

Ursula von der Leyen contou aos eurodeputados que apenas queria ser tratada pelo que é: presidente da Comissão Europeia. No Twitter relembrou que há mais histórias como esta que passam despercebidas.

Um incidente diplomático, agora conhecido como “sofagate“, fez as manchetes internacionais há cerca de duas semanas e, finalmente, Ursula von der Leyen, a mulher afetada pelo incidente, pronunciou-se sobre o assunto: “Senti-me magoada e sozinha, como mulher e como cidadã europeia”. As palavras da presidente da Comissão Europeia foram proferidas esta segunda-feira no Parlamento Europeu, mas von der Leyen também já abordou o assunto no Twitter.

“Sofagate” foi um incidente diplomático que aconteceu quando a presidente da Comissão Europeia e o presidente do Conselho Europeu visitaram o líder turco Recep Erdogan. Na sala da visita apenas existiam duas cadeiras, onde se sentaram os homens. A única mulher, Ursula von der Leyen, viu-se forçada a sentar-se no sofá, o que gerou críticas e acusações de sexismo, numa época em que ainda se batalha pela igualdade de género.

Passaram-se semanas sem se ouvir nenhuma palavra por parte da presidente da Comissão Europeia, mas o silêncio acabou. “Sou a primeira mulher a ser presidente da Comissão Europeia. Sou a presidente da Comissão Europeia e é assim que eu esperava ser tratada quando visitei a Turquia há duas semanas, mas não fui”, contou aos eurodeputados.

“Não consigo encontrar nenhuma justificação para como fui tratada. Portanto, devo concluir que aconteceu porque sou mulher”, continuou, deixando uma questão no ar: “Teria acontecido se eu tivesse vestido fato e gravata?“.

Além de se pronunciar no Parlamento Europeu, von der Leyen abordou também o assunto na rede social Twitter.

“A minha visita à Turquia mostrou o quão longe ainda temos que ir antes das mulheres serem tratadas como iguais. Sempre. Em todos os lugares. A minha história chegou às manchetes, mas há tantas histórias de mulheres, a maioria delas muito mais sérias, que passam despercebidas. Temos que garantir que essas histórias também são contadas”, escreveu.

“Como política, posso falar a qualquer momento e fazer minha voz ser ouvida. Mas e quanto aos milhões de mulheres que não conseguem? Mulheres que se ofendem todos os dias em todo o planeta, mas que não conseguem defender-se. Temos que lutar por elas”, continuou.

Ainda no Twitter, a presidente da Comissão Europeia revelou que irá apresentar uma legislação para prevenir e combater a violência contra mulheres e crianças online, mas também offline.

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