Indústria da Zona Euro atinge máximos históricos em abril

Procura registou forte retoma com o desconfinamento, mas as fábricas ainda enfrentam constrangimentos à produção sem precedentes. O resultado é um aumento recorde nos preços.

A indústria da Zona Euro está a fortalecer-se há 10 meses consecutivos e atingiu mesmo máximos históricos em abril. Os dados são revelados esta segunda-feira pelo índice ajustado de gestores de compras PMI, que se situou em 62,9 pontos, acima dos 62,5 registados em março e no valor mais alto desde o início do inquérito feito pela consultora IHS Markit, que remonta a junho de 1997.

“A produção fabril na Zona Euro está a crescer, com um novo recorde do PMI estabelecido pelo segundo mês consecutivo em abril”, diz Chris Williamson, chief business economist da IHS Markit, em comunicado. A tendência verificada tanto na produção como nas carteiras de encomendas está relacionada com “o aumento da procura impulsionado pela reabertura das economias após os confinamentos relacionados com a Covid-19 e com as perspetivas otimistas face ao ano”.

O crescimento foi alargado às várias categorias, com o investimento e os bens intermédios a registarem recordes. O segmento de bens de investimento foi o que teve uma recuperação mais forte, enquanto os bens de consumo tiveram uma melhora nas condições operacionais. Ainda assim, Williamson sublinha que se mantém “restrições de fornecimento também em níveis sem precedentes, levando a um aumento recorde de pedidos incompletos nas fábricas“.

Estes problemas — nomeadamente os constrangimentos próprios causados pela pandemia, mas em especial a escassez de chips a nível global — estão a afetar fábricas de grandes empresas por toda a Europa e poderá explicar o ranking de produção a nível nacional em abril.

Os Países Baixos lideram, em máximos, tal como a Áustria ou Itália, que ocupam a terceira e quarta posições. Já a Alemanha (segunda maior produtora) e França (quinta) registaram a produção industrial mais baixa em dois meses. A retoma da procura com o desconfinamento conjuga com estes constrangimentos à produção está a resultar num disparo nos preços dos produtos.

“A consequência de um aumento da procura superior em relação à oferta são os preços mais altos cobrados pelos fabricantes, que estão agora também a subir ao ritmo mais rápido de que há registo“, refere o chief business economist da IHS Markit. “A grande incerteza é por quanto tempo é que essas pressões em alta sobre os preços irão persistir e até que ponto esses encargos mais elevados nos bens e serviços irão influenciar os consumidores”, acrescenta.

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