Mega “data center” em Sines promete contratar trabalhadores portugueses
Talento português estará nas fileiras dos até 1.200 postos de trabalho que serão criados pela instalação do mega centro de dados em Sines. Start Campus estuda usar infraestrutura da central da EDP.
O mega centro de dados que a Start Campus vai instalar em Sines, ao lado da central termoelétrica da EDP, contará com talento português na sua construção e operação. Além disso, a mesma infraestrutura que permitiu à EDP arrefecer a central durante anos de queima de combustíveis fósseis pode vir a ser usada para arrefecer os servidores, num projeto que quer nascer já neutro em carbono.
A empresa anglo-americana assume ao ECO a preferência por talento nacional no preenchimento dos 700 a 1.200 postos de trabalho diretos e altamente qualificados que serão criados pelo projeto e revela que estarão empresas portuguesas entre as contratadas para a construção da infraestrutura. O objetivo é que o primeiro dos cinco edifícios planeados esteja pronto em 2023, mas que toda a infraestrutura esteja 100% operacional em 2025, confirmou a Start Campus.
Questionada acerca de uma eventual preferência por talento português no preenchimento das vagas que serão abertas para a operação do Sines 4.0, fonte oficial da Start Campus assume essa intenção: “O talento português foi uma das razões pelas quais escolhemos esta localização para o centro de dados.” Já quanto à existência de empresas portuguesas entre as contratadas para a construção do centro de dados, a Start Campus refere: “Será uma mistura de empresas portuguesas e estrangeiras.”
O talento português foi uma das razões pelas quais escolhemos esta localização para o centro de dados.
Start Campus não revela estimativa de impacto nas exportações de serviços
A Start Campus escusou-se a revelar ao ECO estimativas de receitas e de impacto económico deste investimento na região e no país, incluindo o eventual impacto positivo nas exportações de serviços portuguesas.
Sobre este ponto, a expectativa é elevada. Até porque, na apresentação do projeto, que contou com vários membros do Governo — incluindo o primeiro-ministro, António Costa –, não faltaram referências à possibilidade de o país “reemergir” como um ponto de ligação europeu ao nível das telecomunicações.
Além disso, Eurico Brilhante Dias, secretário de Estado da Internacionalização, disse mesmo que o mega centro de dados da Start Campus em Sines é, “sem dúvida, o maior investimento estrangeiro que o país captou desde a Autoeuropa”. A fábrica da Volkswagen em Palmela é uma das maiores empresas exportadoras do país e uma das que mais “peso” tem no Produto Interno Bruto (PIB).
Foi a 23 de abril que foi revelada a intenção da Start Campus de instalar o Sines 4.0 naquela região, num investimento de até 3,5 mil milhões de euros. A empresa é controlada pelo grupo norte-americano Davidson Kempner e pelos britânicos da Pioneer Point Partners e o Sines 4.0 está classificado como Projeto de Interesse Nacional (PIN) desde março.
Ao ECO, a empresa esclareceu ainda que o centro de dados em Sines não vai operar sob a marca Echelon Data Centers. Esta é apenas uma parceira do projeto, sendo que o Sines 4.0 vai operar, sim, sob a chancela da própria Start Campus.
“O Sines 4.0 será um dos maiores campus de centros de dados [Hyperscaler Data Center] da Europa e dá resposta à crescente procura de grandes empresas internacionais de tecnologia fornecedoras de serviços de streaming, social media, e-commerce, gaming, educação online, videoconferência e outros de processamento e armazenagem de dados e de aplicações empresariais”, explicou a Start Campus no mês passado.
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