Variante britânica responsável por mais de 91% dos casos detetados em Portugal. Há sete casos da variante indiana

Relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge aponta que há ainda sete casos identificados em Portugal associados à variante da Índia.

A variante britânica do vírus SARS-CoV-2 continua com uma “trajetória de frequência ascendente” em Portugal, tendo sido identificada em mais de 91% dos casos sequenciados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), na amostragem de abril. Ao mesmo tempo, o relatório revela ainda que há sete casos identificados da variante associada à Índia.

A variante britânica (N501Y.V1 – linhagem B.1.1.7) continua a ser a estirpe com maior prevalência em território nacional. Das 7.325 sequências do genoma do novo coronavírus analisadas até agora pela instituição, liderada por Fernando Almeida, 3.126 foram associadas a esta variante. Em abril, a variante associada ao Reino Unido representa já 91,2% dos casos sequenciados em Portugal,continuando numa trajetória de frequência ascendente”, aponta o relatório divulgado esta quarta-feira.

Esta prevalência está em linha com as estimativas apresentadas pelo investigador João Paulo Gomes, que na última reunião do Infarmed apontava para uma frequência na ordem dos 89%-90%. Representa, portanto, um ligeiro aumento face a março, já que nesse mês esta variante representava já 82,9% dos casos. Trata-se de um aumento de 8,3 pontos percentuais no espaço de um mês e 33 pontos percentuais face fevereiro, quando foi identificada em 58,2% dos casos sequenciados.

O “Relatório de situação sobre diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal” aponta também para um “aumento considerável” da variante brasileira (501Y.V3) de linhagem P.1, associada a Manaus (Amazónia), que representa atualmente 4,3% dos casos sequenciados, valor que contrasta com os 0,4% na amostragem de março. “Esta variante foi introduzida várias vezes de forma independente em Portugal, tendo sido já detetada em 15 distritos e 40 concelhos”, revela o INSA. Até agora foram detetados 101 casos do total de sequências de genomas analisados.

Em contrapartida, continua a diminuir e a ser limitada a prevalência da variante da África do Sul (501Y.V2 – linhagem B.1.351). “O mais recente relatório de situação destaca a diminuição da sua frequência relativa de 2.5% (março) para 1.3% (abril), o que sugere que a sua transmissão na comunidade tem sido limitada, embora já tenha sido detetada em 10 distritos e 34 concelhos”, sinaliza o instituto.

Ao mesmo tempo, este é o primeiro relatório do INSA a dar conta de casos associados à variante indiana ( B.1.617.1). No total, há já sete casos em Portugal associados a esta estirpe, seis dos quais “foram detetados na amostragem nacional de abril, abrangendo cinco concelhos”, destaca o relatório. Trata-se, portanto, de uma frequência relativa de 0,4%. De notar, que na última reunião de peritos, o investigador João Paulo Gomes já tinha dado conta da existência de seis casos “todos em Lisboa e Vale do Tejo”.

Esta variante de dupla mutação está a levantar algumas preocupações, porque parece ser mais contagiosa que as já identificadas, o que poderá fazer com que escape à resposta imunológica das vacinas e poderá explicar o crescimento explosivo de novos casos na Índia. Segundo a Organização Mundial da Saúde, esta variante foi detetada em mais de 1.200 sequências de genoma em “pelo menos 17 países”. A maior parte destas amostras “vem da Índia, Reino Unido, Estados Unidos e Singapura”. Além de Portugal, nos últimos dias, a estirpe também foi detetada na Bélgica, Suíça, Grécia e Itália.

(Notícia atualizada às 18h11)

 

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