Família Queirós Pereira rejeita subir preço da OPA sobre a Semapa
Apesar de vários acionistas terem criticado a contrapartida, a Sodim anunciou que não irá rever o valor. Este mantém-se em 12,17 euros por ação (dos quais 0,512 euros já foram pagos em dividendos).
A Sodim não vai fazer qualquer alteração ao preço da oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Semapa que está a decorrer. O anúncio foi feito esta quarta-feira pela holding da família Queirós Pereira a um dia do fim do prazo para mudar a contrapartida e apesar das críticas de alguns acionistas minoritários.
“Estando a terminar o prazo para proceder a uma eventual revisão da contrapartida da oferta”, a Sodim anunciou que “não irá proceder a qualquer revisão da mesma”, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “Como tal, o valor final a pagar por ação na oferta é de 11,66 euros, em dinheiro, o qual corresponde ao valor da contrapartida da oferta de 12,17 euros por ação deduzido do dividendo já pago pela Semapa de 0,512 euros por ação”.
Atualmente, a Sodim é dona de 58,4 milhões de ações da Semapa, incluindo os 19,4 milhões de títulos que detém e os 38,96 milhões de títulos na posse da Cimo – Gestão de Participações. Isto corresponde a 71,906% do total do capital da Semapa. A OPA visa o capital que a holding ainda não detém: ou seja, cerca de 28,1% do capital que estão na posse de outros investidores.
Para ficar com 100% da Semapa, a Sodim vai ter de comprar títulos à Bestinver (3,08%), ao fundo soberano da Noruega (2,13%), Cobas Asset Management (2,05%) e ir à bolsa adquirir capital que se encontra disperso por investidores não qualificados. No entanto, os espanhóis da Bestinver disseram esta quarta-feira ao Jornal de Negócios (acesso livre) que não vão vender a participação devido ao preço, enquanto a Maxyield – Clube dos Pequenos Acionistas defende que o valor beneficia do contexto negativo do mercado e afeta a credibilidade da oferta.
É condição de sucesso que a Sodim passe a deter, em consequência da oferta, um mínimo de 90% dos direitos de voto. Esta condição é passível de renúncia, o que significa que a Sodim pode completar a oferta sem conseguir os 90%. Nesse caso, fica, no entanto, em risco a retirada de bolsa da Semapa, que é pretendida pela Sodim por considerar que não faz sentido manter a cotada em simultâneo com a irmã Navigator.
“O Sodim tem como objetivo eliminar a dupla cotação da Semapa e da sua principal participada Navigator, concentrando a presença do Grupo no mercado bolsista na Navigator”, diz a empresa. “Esta dupla cotação é uma condicionante estrutural do comportamento do título Semapa no mercado“. Entre 2016 e 2020, a Semapa apresentou uma correlação de 0,97 no comportamento bolsista com a Navigator.
A Sodim acrescenta que pretende proporcionar um “evento de liquidez e um prémio de saída relevante” aos acionistas Semapa, que têm a “possibilidade de reinvestir na Navigator, se pretenderem manter o seu investimento em empresas cotadas do Grupo Sodim”. Os acionistas da Semapa que pretendam aceitar a oferta deverão comunicar essa intenção aos intermediários financeiros até às 15h de 25 de maio.
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