“Não existe decisão fechada” sobre consórcio para o hidrogénio em Sines, diz EDP

"A EDP integra o grupo de empresas que tem estado a avaliar a viabilidade e opções de desenvolvimento do projeto H2Sines, não existindo ainda qualquer decisão fechada", refere fonte oficial.

A EDP admite que todos os cenários para o mega consórcio de 1,5 mil milhões de euros de investimento para produzir hidrogénio em Sines e exportá-lo para a Holanda — H2Sines, que integra também a Galp, REN, Martifer e Vestas — estão ainda em aberto, tal como estiveram desde o primeiro dia.

Ou seja, o consórcio pode de facto ainda vir a avançar nos moldes em que foi constituído e apresentado ao Governo na manifestação de interesse lançada em junho de 2020, e o projeto ser desenvolvido em conjunto para criar uma unidade industrial com capacidade total em eletrolisadores de, pelo menos, 1 GW até 2030. Ou então, cada empresa avançar por si só e realizar o investimento individualmente, com o mesmo objetivo na mira.

O ECO/Capital Verde sabe que existe até uma terceira opção em cima da mesa, que poderá implicar que sejam revistas as posições de cada parceiro dentro do consórcio H2Sines.

O mais recente diagnóstico ao ponto de situação da análise de decisão conjunta de investimento das cinco empresas (quatro portuguesas e uma dinamarquesa) é feito pela voz da elétrica. A EDP integra o grupo de empresas que tem estado a avaliar a viabilidade e opções de desenvolvimento do projeto H2Sines, não existindo ainda qualquer decisão fechada”, refere fonte oficial em declarações ao ECO/Capital Verde.

Do lado da Galp, a petrolífera diz em declarações ao Capital Verde que “mantém todo o interesse e empenho no hidrogénio verde”. No entanto, “a empresa não tem neste momento qualquer comentário a fazer em relação ao projeto H2Sines”.

Quanto à REN, prevê que nos próximos anos 33% do investimento seja dedicado a projetos de hidrogénio, representando cerca de 40 milhões de euros: 15 milhões na rede de gasodutos e 25 milhões na armazenagem, na infraestrutura do Carriço.

“A REN quer sair das palavras e fazer todo o trabalho detalhado de engenharia para tornar o hidrogénio uma realidade em Portugal. Estamos preparados”, frisou Rodrigo Costa recentemente no Capital Markets da REN, sem fazer qualquer menção ao consórcio H2Sines, no qual a REN se encontra ao lado da EDP, Galp, Martifer e Vestas para produzir hidrogénio em Sines e exportá-lo para a Holanda.

As posições da EDP e Galp surgem na sequência de notícias que dão conta da possibilidade de o projeto de hidrogénio verde em Sines não ter, afinal, um mega consórcio. De acordo com o Dinheiro Vivo, EDP, Galp, Martifer, REN e Vestas ainda não concluíram o estudo de viabilidade da criação de um cluster industrial de produção de hidrogénio verde com base em Sines. O site cita fontes que admitem que, tal como está, o projeto não deverá avançar. Em alternativa, cada uma das empresas poderá avançar por si própria com projetos individuais.

As fontes citadas pelo Dinheiro Vivo recusam qualquer tipo de desentendimento entre os parceiros deste mega consórcio, mas invocam apenas “leituras distintas” das empresas face à visão do governo para o projeto. Um dos pontos de desacordo é a vertente exportadora do projeto do hidrogénio produzido em Sines para a Holanda via Porto de Roterdão.

O H2Sines é o projeto bandeira do Sines Hydrogen Valley e o segundo maior projeto (a seguir ao da Bondalti) dos 37 projetos aprovados para fazer parte da candidatura portuguesa a Bruxelas para o estatuto de Projeto Importante de Interesse Europeu Comum (IPCEI) para o hidrogénio, que o Governo está ainda a negociar com vários países europeus, incluindo a Alemanha, tendo já garantido a parceria com a Holanda.

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