Variante indiana é a mais contagiosa e pode ser a mais grave
Conhecida como Delta, já se espalhou por mais de 60 países nos últimos seis meses. Os sintomas apresentados podem facilmente transformar-se em gangrena.
A nova variante de coronavírus descoberta na Índia, que está a disparar alarmes em vários países da União Europeia, é a mais contagiosa até ao momento e poderá mesmo ser a mais grave em termos de sintomas e complicações para a saúde. De acordo com a Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês), os médicos unem esforços para tentar descobrir o nível de gravidade.
Conhecida como Delta — ou B.1.617.2 — já se espalhou por mais de 60 países nos últimos seis meses e tem desencadeado uma série de respostas de reação, que incluem restrições às viagens. A última reação veio do Reino Unido, que adiou por duas semanas os planos de reabertura. Em Portugal, no final de maio, a variante indiana representava quase 5% dos casos de infeção e nos últimos dias os casos associados à Delta duplicaram.
Já se percebeu que é a variante mais contagiosa descoberta até ao momento, mas resta agora perceber se é a mais grave. Dificuldades auditivas, distúrbios gástricos graves e coágulos sanguíneos são alguns dos sintomas, que podem transformar-se facilmente em gangrena, diz a Bloomberg. Mas há também registos de dores e estômago, náuseas, vómitos, perda de apetite e dores nas articulações.
“Precisamos de mais pesquisas científicas para analisar se esses sintomas mais recentes estão ligadas à B.1.617 ou não”, diz Abdul Ghafur, médico infeciologista do Apollo Hospital em Chennai, a maior cidade do sul da Índia, citado pela agência de notícias. “No ano passado, pensámos que tínhamos aprendido tudo sobre o nosso novo inimigo, mas ele mudou”, acrescenta, referindo que “este vírus tornou-se tão, mas tão imprevisível”.
Mesmo com o surto na Índia a começar a diminuir, a variante Delta está a criar surtos noutros países, incluindo países que, até há pouco, eram considerados “paraísos” para quem queria fugir da pandemia, como a Tailândia, Singapura ou o Vietname.
O político e cientista alemão Karl Lauterbach disse na semana passada que a variante indiana provavelmente vai evoluir na Alemanha nos próximos meses. “Evitar isso parece-me completamente surreal”, escreveu o especialista no Twitter, referindo que “o fator decisivo é uma taxa de vacinação muito alta, o que reduz a mortalidade”.
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