Sir António Horta-Osório condecorado pela rainha de Inglaterra

Aos 57 anos de idade, o banqueiro português e ex-líder do Lloyds Bank é condecorado pela rainha Isabel II de Inglaterra. A partir de agora, é Sir António Horta-Osório.

Agora é Sir António Horta-Osório. O banqueiro português de 57 anos foi condecorado esta sexta-feira pela rainha Isabel II de Inglaterra, recebendo o título nobiliárquico de Knights Bachelor.

Foi publicada esta sexta-feira no site do Governo britânico a lista com mais de 1.000 condecorações que serão feitas pela rainha este ano (17 com o título de “Sir” e 14 com o título de “Damme”), e o nome do português é um dos referidos. As justificações dadas para a atribuição deste título foram “os serviços prestados no setor financeiro (como presidente executivo do Lloyds Banking Group)” e ainda “os serviços de voluntariado na aéreas da saúde mental e da cultura”.

Numa declaração por escrito enviada ao ECO, António Horta-Osório diz sentir-se “muito honrado por receber um prémio com tamanho prestígio”. “Passei mais de metade da minha vida profissional no Reino Unido e foi um privilégio ter liderado o Lloyds Banking Group durante uma década”, acrescenta. Horta-Osório afirma ainda que esta condecoração é um reconhecimento a nível pessoal, mas diz refletir o esforço de muitos milhares de trabalhadores do Lloyds, que trabalharam para conseguir devolver o dinheiro injetado no banco pelos contribuintes britânicos.

Atual chairman da farmacêutica Bial e do banco Credit Suisse, António Horta-Osório ganhou notoriedade internacional enquanto líder do Lloyds Bank. Foi em 2011 que o gestor deixou o Santander para assumir os comandos do maior banco de retalho do Reino Unido.

No rescaldo da crise financeira, o Lloyds Bank teve de ser intervencionado e o Estado ficou com 39% da empresa. Horta-Osório comprometeu-se a recuperar o negócio e a devolver o dinheiro aos contribuintes. Cumpriu a promessa e reembolsou o Estado na totalidade, acrescido de mil milhões de libras.

Enquanto líder do Lloyds, Horta-Osório viu-se obrigado a gerir várias crises na instituição. Mas também a sua. Em 2011, há poucos meses no cargo, entrou em burnout e teve de pôr baixa médica por excesso de trabalho.

Regressou ao trabalho um mês depois e, nesse mesmo ano, abdicou de um bónus salarial no valor de dois milhões de libras. Desde então, tem assumido uma voz ativa pela preservação da saúde mental, um problema que ainda é estigmatizado em muitas organizações.

Em julho de 2020, quase dez anos depois de ter entrado no banco, anunciou a decisão de sair do Lloyds. Para trás deixou uma instituição financeira estável e apta para a nova era da banca digital. Mas não pendurou as botas.

Já este ano, assumiu a presidência dos conselhos de administração da Bial, e também do Credit Suisse. Foi o primeiro cidadão não suíço a ocupar o cargo. No radar estarão outros desafios. O colapso da Greensill e do fundo Archegos abalaram fortemente a instituição financeira, gerando perdas avultadas para o negócio.

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