Lucros do Santander Portugal caem mais de 50% para 81,4 milhões de euros

Banco liderado por Castro e Almeida registou resultados líquidos de 81,4 milhões de euros, uma quebra de 52% face ao primeiro semestre de 2020.

O Santander Portugal registou uma quebra de 52% nos lucros do primeiro semestre deste ano. Os resultados líquidos de 81,4 milhões de euros representam uma redução para menos de metade dos que o banco tinha alcançado na primeira metade do ano passado, sendo este o reflexo do contexto macroeconómico.

“Os resultados do primeiro semestre de 2021 continuam a refletir a situação de pandemia e os respetivos efeitos sobre a atividade económica em geral”, diz Pedro Castro e Almeida na apresentação das contas. “O primeiro semestre de 2021 foi muito desafiante para todas as nossas equipas”, acrescenta o CEO no comunicado em que revela os resultados líquidos de 81,4 milhões.

Com efeito, a pesar nas contas do semestre estiveram imparidades líquidas de 68,8 milhões de euros, que refletem “a incorporação da componente forward looking do cenário macroeconómico, como patente nas diferentes projeções realizadas por instituições nacionais e internacionais, que evidenciam uma recuperação gradual da atividade, embora diferenciada entre setores de atividade”.

Além disso, e dos “maiores encargos com os Fundos de Resolução Nacional e Único”, no primeiro trimestre “foi registado um encargo extraordinário, no valor de 164,5 milhões de euros, para fazer face ao plano de transformação em curso, com a otimização da rede de agências e investimentos em processos e tecnologia”.

Produto sobe, mas margem cai. E comissões disparam

Apesar da quebra nos lucros, o Santander Portugal revela que o “produto bancário aumentou 8,7%, atingindo 716,6 milhões de euros e os custos operacionais diminuíram 1,2%, totalizando 284,2 milhões de euros, pelo que o resultado de exploração subiu 16,3% e o rácio de eficiência diminuiu 4,0 pontos percentuais, para 39,7%”.

Quanto à margem financeira, esta “ascendeu a 383,4 milhões de euros, equivalente a uma diminuição de 4,0% face ao período homólogo, evolução que é atribuível essencialmente à redução dos spreads de crédito”, num período em que estes têm vindo a descer.

Por outro lado, as comissões aumentaram. O banco revela que as comissões líquidas apresentaram um crescimento de “10,9% totalizando 203,1 milhões de euros, no final do semestre”, notando como “evoluções positivas mais significativas” as “comissões de contas, com a oferta de contas pacote com um amplo leque de serviços associados, em meios de pagamento, e em fundos e seguros”.

Mais crédito, menos moratórias

A ajudar o banco em termos operacionais esteve a concessão de crédito. “Em junho de 2021, a carteira de crédito ascendeu a 43,4 mil milhões de euros, subindo 3,0% face ao período homólogo“, diz o Santander Portugal, notando o aumento no crédito a particulares, mas também a empresas: o “crédito a empresas cifrou-se em 16,6 mil milhões de euros, o que representou uma subida anual de 0,5%”.

Nos particulares, o “crédito à habitação atingiu 21,3 mil milhões de euros, equivalente a uma subida de 5,9% em termos homólogos, e o crédito ao consumo, no montante de 1,7 mil milhões de euros, registou um decréscimo de 0,7% em relação a junho de 2020″.

Este crescimento aconteceu num contexto de quebra das moratórias. “No final do junho, as moratórias abrangiam cerca de 43 mil clientes, no montante global de 6,1 mil milhões de euros de crédito (14% da carteira total), o que corresponde a uma redução de 28% face ao valor registado em dezembro de 2020, com o vencimento da moratória privada, no final de março”, diz o banco. No caso das “linhas de crédito com garantia do Estado, estas “cifraram-se em 1,6 mil milhões de euros, abrangendo cerca de 14 mil clientes”.

(Notícia atualizada às 8h22 com mais informação)

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