Desemprego cai para 6,7%. População empregada acima dos níveis pré pandemia

O desemprego voltou a cair. Entre abril e junho, verificou-se uma quebra de 0,4 pontos percentuais dessa taxa face ao valor registado nos primeiros três meses de 2021.

A taxa de desemprego fixou-se, entre abril e junho, em 6,7%, menos 0,4 pontos percentuais (p.p) do que nos primeiros três meses do ano, mas mais um ponto percentual do que no período homólogo de 2020. Já a população empregada aumentou para 4.810,5 mil pessoas, estando já acima dos níveis pré pandemia, de acordo com os dados divulgados, esta quarta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística.

O segundo trimestre do ano ficou marcado pelo processo de desconfinamento progressivo, o que devolveu algum ânimo à economia e ao mercado laboral. Deste modo, a taxa de desemprego caiu 0,4 p.p. em cadeia, fixando-se em 6,7%, valor, ainda assim, superior em um ponto percentual ao registado no trimestre homólogo de 2020 e em 0,3 p.p. ao verificado no segundo trimestre de 2019.

Ou seja, a taxa de desemprego ainda não está nos níveis pré pandemia. Por outro lado, a população empregada já conseguiu recuperar e, entre abril e junho, registou uma subida de 0,8% face ao segundo trimestre de 2019. Há agora 4.810,5 mil pessoas empregadas em Portugal, o que é também sinónimo de um salto de 2,8% face ao início do ano e de um aumento de 4,5% em relação à taxa verificada no período homólogo de 2020.

Esta variação, explica o INE, resultou sobretudo dos acréscimos ocorridos nos seguintes grupos: mulheres (3,3%); pessoas dos 55 aos 64 anos (4,5%); com níveis de escolaridade completo correspondente ao ensino superior (6,2%); empregadas no setor dos serviços (2,9%), “mais concretamente nas atividades de alojamento, restauração e similares (11,3%); a trabalhar por conta de outrem (3%) com contrato sem termo (3,1%); e empregadas a tempo completo (3,3%).

Segundo a nota conhecida esta manhã, o segundo trimestre trouxe ainda uma quebra da taxa de subutilização do trabalho, que se fixou em 12,3%, menos 1,8 p.p. do que no início do ano e menos dois pontos percentuais do que no período homólogo de 2020. Esta evolução é explicada em grande medida, sublinha o INE, pela diminuição do número de inativos disponíveis para trabalhar, mas que não procuram emprego. Durante os períodos de desconfinamento (como o segundo trimestre de 2021), essa procura tende a ser mais fácil do que nos períodos de confinamento — como o primeiro trimestre de 2021 e o segundo trimestre de 2020, períodos que servem agora de base de comparação para os dados de abril a junho — à boleia do levantamento das restrições à mobilidade, o que faz diminuir esse universo de inativos que não procuram um novo emprego.

Já quanto à população empregada ausente do trabalho na semana de referência, há a notar um recuo de 37,5% em relação ao trimestre anterior e uma quebra de 63,1% face ao período homólogo. O principal motivo dessa ausência foi “doença, acidente ou incapacidade temporária”, à semelhança do que “usualmente se observa em segundos trimestres”. Neste grupo, também estão incluídos trabalhadores em lay-off, regime ao qual aderiram menos empresas, entre abril e junho, por efeito do desconfinamento. Este foi, por isso, o terceiro motivo mais frequente para estas ausências.

Em consequência da evolução deste indicador o volume de horas efetivamente trabalhadas disparou 10,6% em cadeia e 32,1% em termos homólogos. “Em média, cada pessoa empregada trabalhou 35 horas por semana”, lê-se na nota divulgada esta quarta-feira.

Por outro lado, no segundo trimestre, 14,9% da população empregada trabalhou sempre ou quase sempre a partir de casa com recurso a tecnologias de informação e comunicação, isto é, esteve em teletrabalho. Em causa estão 717 mil pessoas. A adoção do teletrabalho foi obrigatória durante grande parte do período compreendido entre abril e junho. Só em meados desse último mês é que tal obrigação foi levantada para a generalidade do país, mantendo-se, ainda assim, em vigor em alguns concelhos (isto é, naqueles mais afetados pela pandemia).

Destaque, por fim, para a população ativa, que aumentou 2,3% em cadeia para 5.156,2 mil pessoas. Face ao período homólogo, está em causa uma subida de 5,7%. “Tal refletiu-se na taxa de atividade da população em idade ativa (dos 16 aos 89 anos), que se situou em 59,3%, tendo aumentado 1,3 p.p. em relação ao trimestre precedente e 3,3 p.p. por comparação com o segundo trimestre de 2020”, detalha o INE.

(Notícia atualizada às 11h59)

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