Do retorno de Ronaldo ao poderio financeiro dos ingleses, os destaques deste mercado de transferências

A janela de transferências fechou esta terça-feira e os destaques foram para a saída de Messi rumo ao Paris Saint-Germain e o retorno de Ronaldo a Old Trafford.

Após inúmeros rumores e muitos milhões gastos, a janela de transferências deste verão está oficialmente encerrada na maioria dos países europeus e não poderiam ter existido mais reviravoltas. As saídas de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi para novos clubes, o forte investimento vindo da Premier League, o elevado número de jogadores que saíram a custo zero e as transferências algo comedidas das equipas portuguesas foram alguns dos destaques este ano.

Perante as diversas informações que saíram nos últimos meses sobre este assunto, o ECO decidiu juntar os momentos mais marcantes da última janela de transferências num só texto.

Cristiano Ronaldo está de volta a “Old Trafford”

O internacional português foi a mais recente “bomba” do mercado de transferências deste ano, com a sua mudança repentina de Turim para o “teatro dos sonhos” – como é conhecido “Old Trafford” – passados 12 anos.

Apesar da sua idade já considerada avançada na esfera futebolística, o Manchester United não hesitou em pagar 15 milhões de euros pelo passe de Cristiano Ronaldo à Juventus, ao qual se juntam mais oito milhões de euros dependentes do desempenho do atleta ao serviço dos “red devils”.

“A Juventus anuncia que foi alcançado um acordo com o Manchester United para a cedência definitiva dos direitos de inscrição do jogador Cristiano Ronaldo por um montante de 15 milhões de euros a pagar em cinco anos, que poderá ser aumentado, até um máximo de 8 milhões de euros, mediante a realização de objetivos de desempenho específicos durante a vigência do contrato de trabalho com o jogador,” anunciou o clube transalpino em comunicado na terça-feira.

Os 15 milhões de euros gastos na sua transferência, fazem do camisola 7 o jogador com uma idade igual ou superior a 36 anos mais caro da história.

Quanto aos valores do seu contrato com o Manchester United, Cristiano Ronaldo vai ganhar mais de 560.000 libras por semana (cerca de 653 mil euros), como parte do contrato de dois anos, de acordo com informações veiculadas pelo jornal Telegraph. Este montante faz com que o português seja o jogador mais bem pago de sempre da Premier League.

Clubes ingleses sem medo de gastar no mercado europeu

A Superliga europeia encheu as manchetes dos jornais um pouco por todo o mundo há uns meses atrás, uma competição milionária que tinha como membros fundadores os “Big Six” da Premier League (e não só, incluía também clubes oriundos da Serie A, Ligue 1 e La Liga). Na altura, uma das razões para a criação desta prova eram os “preciosos milhões” que os clubes necessitavam para fazer face aos danos causados pela pandemia de Covid-19.

No entanto, contrário ao que foi dito, o dinheiro não foi de facto um problema para os emblemas ingleses nesta janela de transferências. Prova disso, é que tendo em consideração o top 5 das contratações mais avultadas deste defeso, quatro delas foram efetuadas pelo Manchester City, Manchester United, Chelsea e Arsenal. Nesta particular lista, surge também o Paris Saint-Germain.

Olhando para o cerne da questão, a saída do internacional inglês Jack Grealish do Aston Villa para o Manchester City foi a transferência mais avultada deste mercado, custando aos cofres dos “citizens” cerca de 117,5 milhões de euros. O retorno de Romelu Lukaku (ex-Inter de Milão) ao Chelsea esta temporada, por um valor a rondar os 115 milhões de euros, foi o segundo negócio mais caro.

O Manchester United foi o terceiro clube que mais gastou num só atleta, neste caso a contratação de Jadon Sancho ao Borussia Dortmund (Bundesliga) por 85 milhões de euros.

A fugir a esta norma, temos a aquisição por parte do Paris Saint-Germain da totalidade dos direitos do jogador Achraf Hakimi ao Inter de Milão a troco de 60 milhões de euros, colocando esta transação no quarto posto das transferências mais caras. A única neste top-5 que não envolveu nenhum elemento da Premier League.

Por fim, a ida do jovem Ben White (Brighton) para os londrinos do Arsenal por 58,5 milhões de euros foi a quinta contratação mais dispendiosa.

Contudo, não só as transferências mais avultadas mereceram a atenção dos apaixonados pelo “desporto rei”, também os atletas que saíram a custo zero este ano foram alvo de grande destaque.

Nomes sonantes do futebol mundial saem a custo zero

Este mercado de transferências ficou também marcado pelas saídas a custo zero de jogadores sonantes como Lionel Messi, Memphis Depay ou David Alaba. Uma opção bastante utilizada pelo Paris Saint-Germain este ano – quatro dos seis reforços do PSG chegaram a custo zero -, situação explicada pela vontade da administração em não querer entrar em incumprimento com o fair play financeiro.

Porém, adquirir um jogador a custo zero não significa que um clube não verá a ter encargos monetários. Muitas das vezes, estas situações envolvem muitos milhões de euros, sendo o caso de Lionel Messi o melhor exemplo disso.

Após 20 anos, 672 golos e 34 títulos ao serviço do Barcelona, o internacional argentino decidiu trocar o emblema catalão pelo Paris Saint-Germain, numa operação que não rendeu qualquer cêntimo ao emblema “blaugrana“.

Mesmo sem ter desembolsado qualquer montante pela sua contratação, o PSG vai gastar um total de 163 milhões de euros com o astro sul-americano. Um valor que é explicado pela acumulação do prémio de assinatura, de 41 milhões de euros, com o vencimento anual de Messi, de 40 milhões.

À capital francesas chegaram ainda a custo zero, Gianluigi Donnarumma (oriundo do AC Milan), Georginio Wijanldum (Liverpool), e Sergio Ramos (Real Madrid).

Destaque também para as saídas de David Alaba (Bayern Munique) para o Real Madrid e Memphis Depay (Lyon) para o Barcelona.

“Três grandes” menos ativos no mercado

No caso português, como é normal, o investimento foi mais comedido. De acordo com os dados disponibilizados pelo site especializado Transfermarkt, as equipas nacionais gastaram cerca de 77,8 milhões de euros em 316 reforços. O FC Porto foi a equipa mais dispendiosa a nível nacional.

FC Porto

A equipa comandada por Sérgio Conceição desembolsou um total de 24,7 milhões de euros, com Pepê a ser a contratação mais cara dos “dragões”, numa operação com um custo total de 15 milhões de euros. As outras novas caras do plantel do FC Porto são Wendell (4 milhões de euros), Bruno Costa (2,5 milhões) e Fábio Cardoso (2,2 milhões).

No departamento das vendas, os “dragões” encaixaram 16 milhões de euros com a transferência de Danilo. O médio português abandonou os “azuis e brancos” para assinar pelo Paris Saint-Germain, depois de ter estado emprestado meia temporada no emblema parisiense. A outra saída do plantel foi a de Chidozie Awaziem para o Boavista, por um custo de cinco milhões de euros.

Já por empréstimo, saíram nomes como Diogo Leite (Sp. Braga), Shoya Nakajima (Portimonense), Carraça (B SAD) e Mamadou Loum (Alavés).

Benfica

O Benfica foi o segundo clube nacional a despender mais dinheiro em novos reforços. O conjunto treinado por Jorge Jesus gastou 24,5 milhões de euros em sete novas caras. Chegado à Luz a troco de 17 milhões de euros, o ucraniano Roman Yaremchuk foi o ativo mais caro desta equipa. Por valores mais baixos, foram comprados Soualiho Meïté, por cerca de seis milhões de euros, e Gil Dias, num negócio que rendeu ao Mónaco 1,5 milhões de euros.

Integraram ainda o plantel das “águias”, João Mário e Rodrigo Pinho, a custo zero, e Nemanja Radonjic e Valentino Lazaro por empréstimo.

Esta janela de transferências fica também marcada pelas saídas do Benfica de Pedrinho para o Shakhtar Donetsk (Ucrânia) por 18 milhões de euros e de Luca Waldschmidt para o Wolfsburg (Bundesliga) por 12 milhões de euros. O clube obteve ainda lucro com Nuno Tavares (oito milhões de euros), Franco Cervi (oito milhões), Caio Lucas (dois milhões), Filip Krovinovic (1,5 milhões) e Alfa Semedo (1,5 milhões). No total, a equipa do Benfica encaixou 47 milhões de euros em vendas.

Chiquinho (Sp. Braga), Nuno Santos (Paços de Ferreira), Tiago Dantas (Tondela), Diogo Jota (Celtic), Ilija Vukotic (Boavista), Tomás Tavares (Basileia) e Florentino (Getafe) não fizeram parte das contas de Jorge Jesus e acabaram por serem emprestados esta temporada.

Sporting

Por fim, o Sporting CP foi o clube dos denominados “três grandes” que menos dinheiro gastou neste mercado de transferências. Os “leões” investiram 12 milhões de euros em dois jogadores, Manuel Ugarte (6,5 milhões de euros) e Ricardo Esgaio (5,5 milhões).

Todavia, mais quatro novos atletas chegaram a Alvalade, através de empréstimo ou a custo zero. São eles Matheus Reis, Gonçalo Esteves, Rúben Vinagre, João Vírginia e Pablo Sarabia.

Em termos de vendas, o Sporting manteve uma atitude comedida, com apenas três jogadores a renderem dinheiro ao clube. As saídas de Luís Maximiano (cinco milhões de euros), Josip Misic (quatro milhões) e Nuno Mendes (sete milhões de euros pela taxa de empréstimo) permitiram o emblema lisboeta receber um total de 13,5 milhões de euros.

Para além de Nuno Mendes, a título de empréstimo saíram Gonzalo Plata (Valladolid), Idrissa Doumbia (Zulte Waregem), Luiz Phellype (Santa Clara), Andraz Sporar (Middlesbrough), Rafael Camacho (B SAD), Pedro Mendes (Rio Aves), Eduardo Henrique (Al-Raed), Pedro Marques (Famalicão), Valentin Rosier (Besiktas), Eduardo Quaresma (Tondela), Rodrigo Battaglia (Maiorca) e Tiago Ilori (Boavista).

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