Energia rumo às renováveis e abandono do carvão dominam COP26

  • Lusa
  • 4 Novembro 2021

A Aliança Global para o Abandono do Carvão anunciou em Glasgow a integração de mais 28 Estados. No total, a PPCA já conta com 165 Estados – entre os quais Portugal e Angola.

A cimeira do clima das Nações Unidas (COP26) dedica-se esta quinta-feira ao tema da energia, quando a transição para fontes renováveis e abandono progressivo dos combustíveis fósseis assume importância central para atingir as metas de contenção das alterações climáticas.

A intenção, declarada no nome da primeira sessão de debate organizada de manhã pela presidência da COP26 é “Acelerar uma Transição Energética Justa e Inclusiva”.

Uma das principais ações implica deixar para trás o carvão como fonte de produção de energia, que representa mais de metade das emissões carbónicas provocadas pelo uso de combustíveis fósseis, e esse será o tema da principal sessão da tarde organizada pela presidência da cimeira, com o mote “Dar Energia ao Mundo depois do Carvão”, em que participarão membros de uma aliança de governos, empresas e organizações de mais de quarenta países, incluindo Portugal, que pretendem acelerar a transição.

A discussão centrar-se-á nos progressos na eliminação do financiamento à indústria do carvão. Nesta sessão participará também um representante da EDP.

A Aliança Global para o Abandono do Carvão (PPCA, na sigla em Inglês) anunciou entretanto em Glasgow a integração de mais 28 Estados.

Com estas incorporações, o grupo passa a contar com cerca de dois terços dos Estados membros da União Europeia e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico.

No total, a PPCA já conta com 165 Estados – entre os quais Portugal e Angola – cidades, regiões, empresas e instituições que apostam em “executar ações decisivas” para “acelerar a transição do carvão para a energia limpa”, como detalhou em comunicado.

Com as 11 novas adesões do setor financeiro, este passou a estar representado por 33 instituições, que têm um ativo combinado de 17 biliões de dólares (14,7 biliões de euros).

Segundo a Agência Internacional de Energia, para evitar os efeitos mais devastadores das alterações climáticas é preciso que “todos os países e empresas parem imediatamente a construção de centrais alimentadas a carvão e reduzam as existentes, até à sua eliminação completa em 2030 na OCDE e 2040 no resto do mundo”, destacou a Aliança.

A PPCA “é um fantástico exemplo de como, através da união de nações, regiões e instituições financeiras, se pode impulsionar a mudança para remeter o carvão para a história e cumprir o histórico Acordo de Paris”, disse o governante britânico com a pasta do Crescimento Limpo, Energia e Alterações Climáticas, Greg Hands.

Qual a base científica por trás das alterações climáticas?

Ainda na manhã de hoje, o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas das Nações Unidas apresentará aos delegados as descobertas mais recentes sobre a base científica por trás das alterações climáticas.

Além das sessões temáticas, a presidência da COP26 realiza a habitual conferência de imprensa diária para dar conta do estado das negociações em Glasgow.

Fora da cimeira, os ativistas climáticos que também povoam Glasgow por estes dias promovem uma “visita guiada tóxica” pela cidade escocesa para discutir o seu papel na revolução industrial e para criticar os investimentos em combustíveis fósseis.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

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