CEO do BCP concorda com o “direito a desligar”, mas pede flexibilidade na lei

CEO do BCP diz estar "totalmente de acordo" com o direito a desligar dos trabalhadores, mas queixa-se da falta de flexibilidade que a norma introduz na gestão do pessoal.

O CEO do BCP “está totalmente de acordo” com o “direito a desligar” dos trabalhadores, mas considera que devia haver maior flexibilidade na aplicação da regra.

No Parlamento foi aprovada na quarta-feira, uma alteração ao Código de Trabalho que determina que os empregadores têm de se abster de contactar os seus trabalhadores durante o período de descanso. A exceção são as “situações de força maior”. Caso não respeitem o período de descanso, estarão a incorrer numa contraordenação grave, arriscando uma coima até 9.690 euros.

“Quando vejo estas notícias de que a partir de agora em determinada hora não se pode ligar aos trabalhadores, fico estupefacto com isso. Concordo totalmente com o direito a desligar, não concordo é que o patrão não possa ligar à pessoa. A pessoa depois tem o direito de não atender”, disse Miguel Maya esta sexta-feira na Money Conference, organizada pelo Dinheiro Vivo, Diário de Notícias e TSF.

Segundo Miguel Maya, vem dar um incentivo “ao contrário” aquele que devia ser dado às empresas: “Vocês têm de investir muito mais em robotização e automação, porque a flexibilidade para gerirem as pessoas fica fortemente comprometida”, afirmou o gestor.

“Tenho muita dificuldade em compreender isso”, desabafou de seguida. “Sou totalmente favorável ao direito a desligar, mas entre a boa ideia e a sua execução, as coisas podem ter dimensões muito relevantes”, frisou Miguel Maya.

Com a nova regra do direito a desligar, os empregadores vão ter de se abster de contactar os seus trabalhadores durante o período de descanso. Esta alteração ao Código do Trabalho foi proposta pelo PS e aprovada, esta quarta-feira, pelos deputados, tendo ficado, contudo, ressalvado, que em “situações de força maior” é possível “furar” esse dever.

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