Vice-presidente da Fed aponta possível subida de taxas de juro até fim de 2022

  • Lusa
  • 8 Novembro 2021

O banco central norte-americano pode começar a subir as taxas de juro "até ao fim de 2022" se a economia continuar na sua trajetória, adianta a vice-presidente da instituição.

O banco central norte-americano pode começar a subir as taxas de juro “até ao fim de 2022” se a economia continuar na sua trajetória, declarou esta segunda-feira Richard Clarida, vice-presidente da instituição, afastando uma subida a curto prazo.

Se a inflação abrandar e o desemprego recuar como tem sido antecipado, “as condições necessárias para subir (…) as taxas de juro diretoras serão atingidas até ao fim do ano de 2022”, indicou Clarida, que também considera que os desequilíbrios entre a oferta e a procura devem “dissipar-se com o tempo” e isso “sem pressão persistente” sobre os preços e os salários.

As declarações do vice-presidente da Reserva Federal (Fed) foram feitas num debate por videoconferência organizado pela Brookings Institution.

Clarida sublinhou que a Fed ainda “está longe de ponderar uma subida das taxas de juro”.

O mesmo responsável apontou para um abrandamento da inflação para 2,3% até finais do próximo ano.

Quanto à taxa de desemprego, considerou que deve recuar para 3,8% durante o ano de 2022, o que seria “coerente” com a criação de emprego acumulada este ano e no próximo, permitindo recuperar os 4,2 milhões de postos de trabalho ainda em falta em relação ao período pré-pandemia.

Em outubro, a taxa de desemprego nos Estados Unidos ficou em 4,6%, um recuo de 0,2 pontos em relação ao mês anterior, ainda longe dos 3,5% registados antes da crise, segundo os dados divulgados na sexta-feira pelo Departamento do Trabalho.

A inflação anual subiu em setembro para 4,4%, o nível mais alto desde 1991, segundo o índice PCE, seguido pela Fed para ajustar a política monetária.

A Reserva Federal anunciou na quarta-feira o início da retirada dos estímulos que adotou para apoiar a economia durante a pandemia de Covid-19, reconhecendo que houve uma recuperação, mas também que a inflação permanece elevada.

O banco central norte-americano, que deixou as taxas de juro inalteradas, disse que vai começar este mês a reduzir as compras de dívida em 15 mil milhões de dólares.

Até agora o volume mensal de compra de ativos era de 120 mil milhões de dólares e a sua redução deverá ser gradual até meados de 2022, só então a Fed começará a analisar a subida das taxas de juro, que estão entre zero e 0,25% desde março de 2020, tendo baixado para esse nível quando a pandemia de Covid-19 começou a afetar os Estados Unidos.

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