Dielmar fecha portas. Trabalhadores podem transitar para a Valérius

Os credores da Dielmar aprovaram o encerramento da empresa de vestuário. Governo confirma que um grupo de Barcelos está interessado em recrutar 200 trabalhadores para nova empresa a criar em Alcains.

Os credores da Dielmar decidiram esta quarta-feira, por unanimidade, que a empresa de Alcains vai fechar portas. Mais de três meses depois do pedido de insolvência e de duas assembleias de credores adiadas, o desfecho final foi mesmo o encerramento da empresa de vestuário. A notícia foi avançada pelo Público e confirmada já pelo Governo.

No entanto, os mais de 240 trabalhadores podem não ficar sem emprego, tendo em conta que o grupo têxtil Valérius fez uma proposta, na véspera da reunião, no valor de 250 mil euros para ficar com a marca Dielmar, com parte dos ativos industriais e igualmente com cerca de 200 funcionários.

“Recebemos uma proposta de uma empresa muito respeitada e com grande experiência nestas operações de reestruturação de empresas, que é a Valérius. Apresentou uma proposta ao administrador de insolvência no sentido de ficar com os ativos da empresa e de contratar os trabalhadores da Dielmar para uma nova unidade industrial que quer manter em Alcains”, disse Pedro Siza Vieira, à margem da apresentação do programa Empresas Turismo 360, que decorre no Observatório Astronómico de Lisboa.

O ministro da Economia adiantou ainda que “os representantes dos trabalhadores votaram maioritariamente a favor desta proposta, o Estado também votará e os demais credores nos próximos cinco dias também se manifestarão de acordo com essa proposta”.

A Outfit 21 ficou primeiro fora da corrida por falta de financiamento, mas o empresário de Viseu, Cláudio Nunes, ainda garantiu esta semana ao ECO que “a proposta continuava firme e inalterada“. Porém, o administrador de insolvência referiu na reunião que a proposta não se concretizou e, citado pelo Público, que deveria ser “desconsiderada por não se afigurar credível”.

Depois da desistência da Outfit 21, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil da Beira Baixa, Marisa Tavares, já tinha reconhecido que “não havendo propostas para viabilizar a empresa, o único caminho é o encerramento definitivo”. A suspeita da dirigente sindical acabou mesmo por se confirmar.

Siza Vieira fala numa “lição”

A Dielmar era uma das maiores empregadoras da região da Beira Baixa e deixou uma dívida ao Estado de oito milhões de euros, à banca de cerca de seis milhões e ainda 2,5 milhões a fornecedores e 1,7 milhões à Segurança Social.

Logo no início do processo, a 2 de agosto, Pedro Siza Vieira avisou que “o dinheiro público não serve para salvar empresários” e reconheceu, que “se calhar” o Estado não [iria] recuperar o montante que tinha concedido à empresa.

Volvidos três meses, o responsável político declara que este desfecho “é uma lição”. “Às vezes é melhor assegurar que os ativos empresariais vão para melhores mãos para poderem prosseguir a atividade com maior valor, do que propriamente estarmos a tentar manter situações que às vezes são menos eficientes”, concluiu.

(Notícia atualizada às 17:05 com mais informações)

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