Sete dicas para um Natal mais sustentável
A opção de fazer uma celebração natalícia mais personalizada e orientada para a sustentabilidade, que ajude a poupar na carteira e no ambiente, nem sempre é tarefa fácil. Siga algumas dicas.
Encontrar um meio-termo entre os excessos impostos pela sociedade de consumo nesta altura do ano, do comprar só por comprar, do oferecer só porque tem de ser, só porque é Natal, e a opção de fazer uma celebração mais personalizada, mais à nossa medida e orientada para a sustentabilidade, que ajude a poupar na carteira e no ambiente, nem sempre é tarefa fácil.
Com filhos mais novos, então, há duas coisas que não podem mesmo faltar: a árvore de Natal e os brinquedos. Siga estas e outras dicas recolhidas pelo Capital Verde para ter um Natal mais sustentável.
1. A árvore de Natal
No caso de já ter em casa uma árvore artificial em plástico, a associação ambientalista ZERO, aconselha a reutilizá-la durante o maior tempo possível, ou então a repará-la se necessário, mas nunca a “deitá-la fora”. O material de que é feita não é reciclável e o plástico contém, habitualmente, retardadores de chama que podem ter impactos muito negativos na saúde de todos e no ambiente.
Em alternativa, pode optar por alugar uma árvore com cariz solidário e sustentável: um Pinheiro Bombeiro. Custa 20 euros, sendo que desse valor cinco euros revertem para os bombeiros. Em quatro edições da iniciativa, já foram entregues 96 mil euros. O objetivo é também dar uma segunda vida a pinheiros que foram cortados para limpar as matas portuguesas.
A startup portuguesa Rnters – que criou o projeto do Pinheiro Bombeiro – pretende contribuir para a economia circular e continua a incentivar a devolução do Pinheiro Bombeiro depois da quadra festiva. No entanto, para apelar à consciência ambiental, a startup deixa de incentivar as viagens de carro para efetuar a devolução dos pinheiros e oferece outras alternativas que pretendem reduzir a pegada de carbono, como a recolha direta pelos serviços de resíduos verdes das Câmaras Municipais.
2. As decorações
No que diz respeito à decoração da árvore, a imaginação é o limite. E se os enfeites deste ano fosses feitos com máscaras recicladas? Esta é uma iniciativa dos CTT, em associação com a To Be Green, que visa a redução do impacte ambiental associado à utilização das máscaras de proteção contra a pandemia Covid-19, habitualmente depositadas nos caixotes de lixo comum (resíduos indiferenciados), através do seu processamento e da criação de novos produtos, em detrimento do envio das mesmas para aterro sanitário.
Os primeiros produtos novos, criados através das máscaras usadas, surgem em formato de pequenos enfeites de Natal, tais como, trenós, estrelas, árvores e flocos de neve, para pendurar na árvore de Natal.
As máscaras usadas são recicladas e convertidas em placas poliméricas de polipropileno, resistentes e que permitem a utilização deste material para diversos fins. Todo o processo de recolha, transporte e processamento destes resíduos é feito de acordo com as mais rigorosas condições de segurança, para garantir a não contaminação pelo vírus. Do ponto de vista da reciclagem, o impacto é muito positivo.
3. Os brinquedos
A BabyLoop, loja online de produtos sustentáveis e puericultura recondicionada, promove o consumo consciente e sugere um brinquedo sustentável, que faz parte da gama BabyLoop X CRU. Trata-se do jogo interativo “Patrulha das Formas” que é composto por um tabuleiro de cortiça natural e conta com 6 formas diferentes, pintadas à mão com tintas à base de água.
É ideal para crianças a partir dos 12 meses e permite que estas comecem desde jovens a reconhecer diferentes cores e formas geométricas. Desta forma, as crianças podem desenvolver a motricidade fina, associada à capacidade de fazer movimentos mais precisos e controlados, o que desenvolve a sua destreza e coordenação.
Este produto pode ser adquirido na loja online BabyLoop, por 18,99€, e conta com um embrulho natalício. A plataforma tem ainda uma campanha a decorrer até ao final do ano em que, por cada compra feita na loja, será plantada uma árvore.
4. As refeições
Para ajudar a combater os excessos natalícios, a Phenix, marca que se dedica ao combate ao desperdício alimentar, lançou o Guia de Natal Zero Desperdício. Trata-se de um livro digital que conta com um conjunto de receitas tipicamente portuguesas, reinventadas por parceiros da organização – IPSS e marcas do grande retalho alimentar. Inclui também dicas práticas para evitar o desperdício nesta quadra, que resultam da experiência que estes parceiros têm na gestão das doações alimentares provenientes dos seus excedentes, através do programa de doações da Phenix.
Das rabanadas de bolo-rei aos croquetes de sobras de perú, o e-book inclui um total de treze receitas que propõem aproveitar as sobras de alimentos de refeições anteriores ou partes de ingredientes que não são, por norma, utilizadas. No Guia de Natal Zero Desperdício não faltam também dicas para evitar que os excedentes desta época festiva acabem no lixo.
5. A Energia
Se pensarmos bem, tudo ou quase tudo o que envolve o Natal gasta energia elétrica ou gás: das luzes do pinheiro ao aquecedor para manter a casa quentinha, ao forno ou as fritadeiras para preparar os sonhos. E é nesta altura que as luzes de Natal parecem estar por todo o lado: não só na árvore, como nas janelas, no jardim. No entanto, é preciso ter em conta que a escolha da iluminação de Natal pode aumentar cerca de 40 vezes mais o custo das faturas de energia das famílias, alerta a empresa de comparação de tarifas de energia Selectra.
Vale a pena optar por LED. Se desde 1 de dezembro até 6 de janeiro, ligar a iluminação de natal em média 7h por dia, com lâmpadas LED o consumo é praticamente insignificante no final da época natalícia, ao contrário das alternativas clássicas que podem chegar a custar até 8,19 euros durante as horas de ponta.
Utilize as luzes decorativas como iluminação principal, substituindo a luz da própria divisão; ligue as luzes apenas quando estão pessoas nas divisões, e desligue à noite, quando vai dormir.
A EDP recomenda que se liguem os aparelhos de aquecimento apenas quando é efetivamente necessário: nunca durante o dia, nem quando haja sol. Nesta altura aproveite para abrir as cortinas das janelas para aquecer as divisões e mantenha as portas e janelas bem isoladas.
Num forno cabem muitos pratos. A comercializadora de luz e gás aconselha aproveitar aproveitar o espaço do forno para cozinhar mais do que uma refeição: desta forma consegue poupar energia e ganhar tempo. Segundo o Eurostat, é em Portugal que a ‘fatia’ da cozinha no total do consumo energético familiar é maior, 35,6% em 2018, mais do que em qualquer outro país europeu. Na altura de cozinhar, rentabilizar o espaço do forno para mais do que um tabuleiro ajuda a poupar energia, além de garantir mais refeições de uma vez.
6. Comprar local
Mas nem só de energia vive a lista de recomendações de sustentabilidade para o Natal da EDP. Comprar em lojas, mercearias ou mercados locais ajuda a economia de bairro, pode salvar pequenos negócios, e ainda evita a confusão das grandes superfícies comerciais.
Seja comida ou presentes (roupa, calçado, artesanato) apostar na produção nacional pode ter também um impacto muito maior do que se imagina. E mesmo que seja um pouco mais caro, estamos a poupar em tempo, combustível, estacionamento ou transportes públicos, a que as deslocações para uma zona comercial mais afastada obrigam. Além dos menores riscos em tempos de pandemia.
7. Das experiências às compotas da avó
De umas horas de trabalho na cozinha podem sair doces, compotas, bolachas e biscoitos, azeite aromatizado ou até misturas personalizadas de chá e infusões. As combinações são inúmeras, os ingredientes estão facilmente ao virar da esquina, e mesmo na altura de encher ou embalar, é possível reutilizar frascos ou garrafas e fazer uma decoração festiva com tecido, fitas e etiquetas personalizadas.
Outra alternativa é oferecer experiências, como bilhetes para museus ou espetáculos, que por vezes até têm cartões pensados para isso mesmo: workshops online de culinária ou vinhos; de magia, maquilhagem ou fotografia; ou mesmo cursos de línguas são experiências que se podem encontrar facilmente e oferecer, e que fazem ainda mais sentido em tempo de pandemia. E por que não oferecer a assinatura digital de um jornal ou revista, ou um pacote de mensalidades de um serviço de streaming.
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