Aumento de capital da TAP cobre 1.548 milhões em prejuízos

A TAP aprovou em assembleia geral um aumento de capital de 1.736 milhões. Boa parte do dinheiro foi usado para cobrir prejuízos e assim recompor os capitais próprios.

A operação de aumento de capital da TAP, aprovada esta quinta-feira em assembleia geral extraordinária, incluiu a cobertura parcial de mais de 1,5 mil milhões em prejuízos.

A companhia aérea enviou um comunicado ao mercado ao fim da tarde, onde detalha as operações aprovadas na assembleia geral extraordinária. O reforço incluiu a conversão de 154,4 milhões de euros em prestações suplementares, que se somaram aos 503,5 milhões já existentes, passando o capital total a ser de 657,85 milhões de euros.

Este capital foi depois reduzido para zero, para cobertura parcial de prejuízos.

A operação incluiu um segundo aumento de capital de 1.794,5 milhões, subscrito integralmente pelo Estado, dos quais 1.258,5 milhões resultaram de entradas em espécie, por conversão de créditos da República Portuguesa sobre a TAP, e 536 milhões por novas entradas em dinheiro.

De seguida, foi feita nova redução de capital para cobertura de prejuízos, com o capital a encolher em 890,2 milhões para a soma final de 904,33 milhões.

Entre as duas operações de redução de capital, a TAP “limpou” 1.548 milhões em prejuízos passados. O último relatório e contas da companhia, relativo ao segundo semestre, indicava que a empresa tinha 1.331 milhões em resultados transitados negativos, a que se somam prejuízos de 493 milhões até junho, mais 134,5 milhões no terceiro trimestre.

O capital social da TAP passou a ser de 904.338.865 euros, representado por 180.865.573 ações com um valor nominal unitário de €5,00. Em virtude destas operações “a TAP passa a ter como acionista único e direto a República Portuguesa, através da Direcção-Geral do Tesouro e Finanças”, detalha o comunicado.

A assembleia geral extraordinária da TAP aprovou esta quinta-feira o segundo aumento de capital na transportadora aérea este ano, com a entrada de 536 milhões de euros e a conversão em capital de um financiamento de 1.200 milhões.

Este reforço dos capitais próprios da transportadora segue-se à luz verde da Comissão Europeia ao plano de reestruturação da TAP, no dia 21 de dezembro, obrigando, no entanto, a companhia a ceder 18 slots (nove pares de descolagem e aterragem) no aeroporto de Lisboa e a vender as participações na Manutenção & Engenharia Brasil, Cateringpor e Groundforce.

Bruxelas aprovou ainda duas novas tranches de compensações pelos prejuízos provocados pela Covid-19, uma de 107,1 milhões de euros e outra de 71,4 milhões, num total de 178,4 milhões.

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