Leão antecipa receitas da TAP em 2022 acima do previsto no plano de reestruturação

Apesar de a pandemia estar a piorar, o ministro das Finanças não espera surpresas negativas nos resultados da TAP, considerando que “o plano de reestruturação assentou num modelo conservador".

O ministro das Finanças frisou esta quarta-feira que o programa de reestruturação da TAP assentou num “modelo conservador” para 2021 e 2022 e, por isso, as perspetivas atuais sobre a evolução da receita na transportadora “não diferem” do que tinha sido estimado.

“O plano de reestruturação assentou num modelo conservador de previsão de receita. Em 2021, o valor final ficou muito próximo do estimado e espera-se que em 2022 até possa ficar melhor do que o antecipado”, resumiu João Leão, durante a conferência de imprensa realizada no final da reunião do Conselho de Ministros.

Nas projeções que serviram de base ao plano enviado para Bruxelas, a companhia estimava que as receitas iriam afundar em 2021 e 2022 para um intervalo entre 1,3 mil milhões e dois mil milhões de euros, equivalentes ao que a transportadora registou no período 2006-2007 e muito longe dos 3,3 mil milhões de euros registados em 2019, antes da pandemia. Na apresentação do plano, em dezembro do ano passado, o ministro Pedro Nuno Santos apontou para “perdas acumuladas de receitas até 2025 no montante de 6,7 mil milhões de euros”.

Já confrontado esta manhã com a possibilidade de a nova variante do vírus poder vir a afetar ainda mais o negócio da aviação, o ministro das Finanças recusou a hipótese de injetar mais dinheiro na companhia, lembrando que os 990 milhões de euros calendarizados para o próximo ano “[concluem] a injeção de verbas até ao montante máximo autorizado pela Comissão Europeia”.

“O montante máximo permitido e que o Estado pode autorizar para investimento na TAP é de 990 milhões de euros, que serão realizados em função da evolução do setor e dos resultados da empresa durante o próximo ano”, acrescentou o governante, que sucedeu a Mário Centeno na pasta das Finanças.

Parte do dinheiro previsto para o próximo ano será colocada na transportadora aérea através de um empréstimo com garantia do Estado, no valor de 360 milhões, com maturidade de um ano. No final do prazo, o Estado injeta este valor na TAP, que reembolsa os investidores.

O plano de reestruturação prevê a injeção de um total de 3,2 mil milhões de euros pelo Estado. A companhia recebeu em 2020 um financiamento de 1.200 milhões, que será convertido em capital, a que se somam 998 milhões este ano. Esta semana serão injetados os 530 milhões que faltam de 2021.

A partir de 2023 não haverá mais dinheiro dos contribuintes na companhia, mas o plano prevê a ida ao mercado para um financiamento com um valor mínimo de 250 milhões de euros.

Na semana passada, a Comissão Europeia deu “luz verde” ao plano de reestruturação da TAP, obrigando, no entanto, a companhia a ceder 18 slots (nove pares de descolagem e aterragem) no aeroporto de Lisboa e a vender as participações na Manutenção & Engenharia Brasil, Cateringpor e Groundforce. Bruxelas aprovou ainda duas novas tranches de compensações pelos prejuízos provocados pela Covid-19, num total de 178,5 milhões.

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