Transporte aéreo de carga superou nível pré-pandemia em novembro

Movimento de mercadorias nos aeroportos nacionais cresceu 1,2% em novembro face a 2019, seguindo a tendência internacional. Preços também estão a aumentar.

O número de passageiros nos aeroportos nacionais está a crescer de forma significativa face a 2020, mas continua muito longe dos números anteriores à Covid-19. O mesmo não acontece no transporte aéreo de carga, que em novembro superou, pela primeira vez, os níveis pré-pandemia.

O transporte de mercadorias nos aeroportos nacionais cresceu 36,3% no penúltimo mês do ano passado, quando comparado com o período homólogo de 2020. E, pela primeira vez desde a chegada do novo coronavírus, ficou também acima do mesmo mês de 2019, com um crescimento de 1,2%, indicam dados da Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Este marco acontece naquela que é a “época alta” do transporte aéreo de mercadorias, entre outubro e as primeiras semanas de dezembro, em antecipação à Black Friday e ao Natal, e segue a tendência internacional de crescimento deste mercado. Os últimos dados da IATA, relativos a outubro, dão conta de um crescimento de 9,4% nas toneladas-quilómetro a nível global face aos níveis de 2019, depois de crescer 9,1% em setembro e 7,5% em agosto.

O aumento no transporte de mercadorias por avião tem sido atribuído à falta de resposta do transporte marítimo e à pressão sobre as empresas para encurtarem o prazo de entrega dos produtos, face às exigências dos consumidores. Não são apenas os volumes que têm aumentado, os preços também. As tarifas cobradas pelas companhias aumentaram em outubro (3,3%) pelo quarto mês consecutivo, superando o pico de maio de 2020.

A IATA alerta, no entanto, que os problemas nas cadeias de abastecimento e a falta de componentes, como microprocessadores, podem ditar uma quebra na produção industrial e no comércio de bens, com impacto negativo no transporte de carga.

A evolução registada em Portugal no mês de novembro deve-se sobretudo ao aumento de 2,4% face a 2019 registado no Aeroporto Humberto Delgado, que naquele mês representou 73% do movimento total. No Francisco Sá Carneiro (20% do total), os volumes ainda ficaram 4,4% abaixo.

Apesar de novembro ter ficado acima dos níveis pré-pandemia, no conjunto de 2021 os números ainda ficam aquém. Os últimos dados do INE indicam que o transporte de carga e correio cresceu 29,6% nos primeiros 11 meses de 2021 para 171 mil toneladas, um volume inferior em 10,5% face ao mesmo período de 2019.

No transporte de passageiros o crescimento face a 2020 foi de 31,8%, para 22,9 milhões de passageiros, número ainda 59,2% abaixo de 2019.

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