Ameaça russa à Ucrânia põe petróleo a caminho dos 100 dólares

O petróleo atingiu um máximo de sete anos ao chegar aos 96 dólares por barril, o valor mais elevado desde 2014. Os analistas já antecipam que vá chegar aos 100 dólares.

Após ter atingido um máximo de sete anos por causa da tensão na Ucrânia, o petróleo está neste momento mais estável, mas há analistas que já antecipam que o barril vai chegar aos 100 dólares. O receio dos mercados é que a possível invasão da Rússia na Ucrânia leve os Estados Unidos e a União Europeia a introduzir sanções que irão prejudicar as exportações de petróleo da Rússia, um dos maiores produtores do mundo.

Neste momento, o Brent, negociado em Londres e que serve de referência para as importações portuguesas, está a subir 0,1%, para os 94,33 dólares, após ter atingido os 96,16 dólares, o valor mais elevado desde outubro de 2014. Já o WTI, negociado em Nova Iorque, sobe 0,1%, para 93,11 dólares, depois de ter atingido os 94,94 dólares, o valor mais elevado desde setembro de 2014.

Este segmento do mercado tende a ser bastante sensível a qualquer potencial disrupção da oferta de petróleo num momento em que os stocks estão em baixa e que se prevê que a capacidade de produção deverá continuar a cair.

Fonte: Reuters. Em máximos de sete anos, o brent está a aproximar-se dos 100 dólares

A preocupação aumentou com as notícias durante o fim de semana de que os Estados Unidos consideram que está iminente um ataque da Rússia na Ucrânia, referindo que o Kremlin irá arranjar um pretexto “surpresa” para o ataque. O efeito desta agressão no petróleo dependerá da dimensão da intervenção militar e do tipo de sanções económicas que os países ocidentais irão impor à Rússia.

Esta turbulência chega numa altura em que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) está com dificuldades em cumprir o objetivo de aumentar a produção de petróleo para 400 mil barris por dia até março. A Agência Internacional de Energia calcula que houve um fosso de 900 mil barris em janeiro entre a produção dos países da OPEP e a meta estabelecida pelo cartel.

Caso haja movimentações de tropas russas, “o Brent não terá qualquer problema em ir além do nível dos 100 dólares”, antecipa Edward Moya, analista da OANDA, citado pela Reuters, assinalando que os preços continuarão “extremamente voláteis” por causa da situação ucraniana. Outro analista, Mike Tran, admite que os preços possam chegar aos 115 dólares ou além disso no verão. Os analistas da JP Morgan apontam para os 125 dólares.

Já antes da tensão acentuar-se na Ucrânia, os preços do petróleo estavam em forte pressão desde o quarto trimestre de 2021 por causa da rápida retoma económica a nível mundial e as dificuldades do lado da oferta, assim como os reduzidos stocks.

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