Ryanair ameaça cortar 150 empregos se TAP mantiver “slots” bloqueados

Numa carta enviada a António Costa, Michael O'Leary avisa que se a TAP continuar a bloquear "slots", a Ryanair terá de despedir 150 trabalhadores.

Continua a revolta da Ryanair em relação aos slots que a TAP mantém inutilizados no aeroporto de Lisboa. Um dia depois de ter avisado que estima cancelar 20 rotas na capital portuguesa, o CEO da companhia low-cost ameaça cortar 150 postos de trabalho caso o Governo não tome uma atitude. Este novo aviso consta de uma carta enviada pela Ryanair a António Costa, à qual o ECO teve acesso.

“Venho pedir-lhe para instigar a TAP a libertar os 18 slots diários — que a TAP não pode e não vai usar no verão de 2022 — para a Ryanair, para que consigamos manter os nossos sete aviões em Lisboa este verão e evitar o encerramento de 22 rotas e a perda de mais de 150 postos de trabalho, entre pilotos e tripulantes de cabine“, lê-se no documento datado desta quarta-feira e assinado por Michael O’Leary.

Há meses que a companhia irlandesa tem vindo a alertar para esta questão dos slots. “Se [o primeiro-ministro] apoiar esta iniciativa [de libertar slots], e se a TAP libertar este número minúsculo de slots diários (menos de 2% do total que tem), então a Ryanair vai manter o investimento nos sete aviões em Lisboa no verão de 2022. Com estes slots, vamos transportar um milhão de passageiros a mais para Lisboa e para Portugal no verão“, afirma o CEO.

Além disso, “com estes slots”, continua o responsável, a companhia irlandesa vai “aumentar o número de postos de trabalho bem pagos que se criaram para os pilotos, para os tripulantes de cabine e para os engenheiros em Lisboa”.

“Se você [António Costa] se recusar a agir, e a TAP continuar a bloquear slots, que não podem nem vão ser usados, então a Ryanair vai ser forçada a retirar três aeronaves de Lisboa este verão e transferi-las para outros países da União Europeia. E vamos ser forçados a suspender temporariamente 20 rotas desde Lisboa este verão, implicando a perda de 150 postos de trabalho“, lê-se na carta.

No mesmo documento, Michael O’Leary afirma que a Ryanair tem investido muito em Portugal nos últimos anos, sendo hoje a companhia aérea número 1 do país. “Com a sua ajuda [do primeiro-ministro], podemos transportar 12,5 milhões de passageiros para os seis aeroportos portugueses em 2022, em vez de apenas 11,5 milhões de passageiros“, diz o responsável.

(Notícia atualizada às 17h29 com mais informação)

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