Tensões com Rússia levam Reino Unido a acabar com “vistos gold”

O Governo de Boris Johnson deverá anunciar na semana que vem o fim do programa de "vistos gold" que permite a estrangeiros a residência por via de investimento superior a dois milhões de libras.

O Governo britânico vai pôr fim ao programa de “vistos gold” do Reino Unido, que permite a cidadãos estrangeiros obterem uma autorização de residência por via de investimento. A informação foi avançada pela BBC News, que cita fonte de Downing Street.

A decisão deverá aplicar-se aos chamados “vistos gold” de nível 1, que possibilitam aos estrangeiros a obtenção do referido visto se investirem, pelo menos, dois milhões de libras no país. O programa remonta a 2008.

Segundo a cadeia noticiosa britânica, a decisão deverá ser comunicada pelo Governo de Boris Johnson na semana que vem, numa altura em que o referido programa está debaixo de fogo. Os mais críticos apontam o dedo aos 14.516 “vistos gold” atribuídos a cidadãos russos desde o início da medida, pressionando o Governo a cortar esta ligação com a Rússia, numa altura em que aumentam as tensões entre o Kremlin e a Ucrânia.

Os “vistos gold” de nível 1 têm também a particularidade de alargar a autorização de residência à família do investidor. Após obtenção do visto, é possível pedir autorização permanente de residência, consoante a dimensão do investimento: quem investir dois milhões pode pedir licença permanente cinco anos depois do “visto gold”, prazo que cai para três anos nos investimentos de cinco milhões e dois anos para investimentos superiores a dez milhões.

O programa de “vistos gold” no Reino Unido já estava sob revisão há algum tempo, refere a BBC News, de forma a assegurar que não é usado para facilitar atos de corrupção.

Portugal também tem um programa semelhante de “vistos gold”, com o nome oficial de Autorização de Residência para Atividade de Investimento. A medida foi criada em 2012 para atrair investimento estrangeiro para o país. Em janeiro de 2022, o investimento captado por esta via foi superior em 45% ao de janeiro de 2021, totalizando 48 milhões de euros.

Dos 94 “vistos gold” atribuídos por Portugal no primeiro mês deste ano, 19 foram a cidadãos chineses, 17 a norte-americanos, oito a indianos, sete a cidadãos russos e seis a cidadãos brasileiros.

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