Juros da dívida portuguesa voltam a superar 1% em dia de reunião do BCE

Conselho de governadores do banco central realizam esta quinta-feira importante reunião para discutir impacto da guerra e próximos passos para travar escalada da inflação.

Os juros da dívida dos governos da Zona Euro estão em alta esta quinta-feira, dia da importante reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que vai discutir o impacto da guerra na Ucrânia promovida pela Rússia nos seus planos para lidar com a escalada da inflação.

A yield associada às Obrigações do Tesouro portuguesas a dez anos — a maturidade de referência no mercado — avança pela quarta sessão, subindo esta manhã cerca de 2,3 pontos base para 1,01%.

Outros mercados da periferia e também a Alemanha registam subidas das taxas. Embora as subidas sejam contidas, cimentam uma tendência de subida na sequência de um autêntico afundanço que as taxas tiveram logo no início do mês perante uma agressiva mudança de expectativas dos investidores.

A taxa espanhola no mesmo prazo sobe para 1,143% e os juros italianos também avançam para 1,678% e já praticamente recuperaram dessa queda registada a 1 de março. Já a taxa das obrigações alemãs — que servem de referência para todo o mercado da Zona Euro — regressou a terreno positivo e está já a negociar nos 0,202% esta quinta-feira.

Juros portugueses recuperam

Fonte: Reuters

Esta evolução acontece no dia da reunião de política monetária do BCE, cuja decisão será conhecida pelas 12h45 (hora de Lisboa). Já a presidente Christine Lagarde falará aos jornalistas pelas 13h30. Ambos os momentos vão marcar o andamento dos mercados esta quinta-feira.

A invasão russa na Ucrânia veio introduzir maior incerteza quanto ao rumo dos juros do BCE, tendo em conta o seu impacto (e também das sanções) na recuperação da economia e os seus efeitos nos preços. Não há muitas dúvidas que a normalização da política monetária está aí, depois de um período longo de juros perto de 0%. O mercado acredita que a primeira subida das taxas de referência na última década poderá acontecer nos últimos meses do ano.

A Comissão Europeia quer avançar com o plano de investimentos nas áreas da Defesa e da Energia como resposta aos impactos da guerra russa na Ucrânia e o financiamento dessa iniciativa poderá passar por emissão de dívida conjunta. Esta possibilidade tem ajudado a estabilizar os juros da dívida da Zona Euro. Os analistas do Commerzbank acreditam que as emissões de títulos da União Europeia tornariam mais fácil para o BCE resolver o dilema entre combater a estagflação e a necessidade de reduzir os estímulos.

(Notícia atualizada às 8h46)

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