Montepio contrata Deloitte para ajudar encontrar chairman e gestores para o banco

Mandato da atual administração terminou no final de 2021. Carlos Tavares não vai continuar e Pedro Leitão vai ter novos administradores. Associação Mutualista colocou Deloitte à procura de candidatos.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) contratou a Deloitte para a ajudar a encontrar o substituto de Carlos Tavares no cargo de presidente do conselho de administração do banco, e também os nomes para acompanhar o CEO, Pedro Leitão, na comissão executiva (mais reduzida) para o novo mandato até 2024, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

O mandato da atual administração do Banco Montepio terminou no final do ano passado. Carlos Tavares já disse internamente que não está disponível para continuar no cargo de chairman do banco detido pela Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), como revelou o ECO em dezembro, mas não é a única mudança em perspetiva na composição da administração.

Já Pedro Leitão manter-se-á como presidente da comissão executiva, para dar continuidade à profunda reestruturação que está a ser levada a cabo no banco para regressar a um patamar de lucros sustentáveis, mas estão a ser preparadas alterações entre os administradores executivos. Até porque a nova equipa vai ser mais reduzida.

“Os órgãos de gestão do Banco Montepio assumirão, no próximo mandato, uma constituição mais reduzida em número de elementos, tal como foi recentemente anunciado. O atual CEO do banco continuará em funções e a Associação Mutualista – responsável pela escolha da nova gestão do Banco Montepio, apoiada pela comissão específica do Banco Montepio que ajuda o acionista, encontram-se, neste momento, a identificar os perfis mais ajustados. A Deloitte está a apoiar o processo”, confirmou a instituição ao ECO.

O presidente da AMMG, Virgílio Lima, já tinha admitido que o banco iria ter uma “continuidade e uma renovação nos seus órgãos sociais”, mas “sem ruturas” para não gerar instabilidade como no passado recente. “Haverá os ajustamentos necessários, procurando ter equipas coesas, consistentes, que garantam a estabilidade”, afirmou Virgílio Lima em entrevista ao ECO, antes de ter vencido incontestavelmente as eleições para a instituição em dezembro passado.

O Banco Montepio recusou fazer qualquer comentário. A instituição conseguiu inverter os resultados no ano passado, passando de prejuízos de 80,7 milhões em 2020 a lucros de 6,6 milhões de euros em 2021

BEM vai ser incorporado

Entretanto, o Banco Montepio Empresas (BEM) vai ser incorporado pelo Banco Montepio. Esta unidade foi lançada por Carlos Tavares em 2019 com o objetivo de servir as empresas do middle market no acesso a soluções de financiamento através do mercado de capitais, mas a sua existência nunca foi pacífica.

Havia quem considerasse mesmo que estivesse a “roubar” negócio à casa-mãe e basicamente, com uma duplicação desnecessária de custos com uma nova estrutura, e isto quando todo o setor seguia em contracorrente e a simplificar organizações.

Virgílio Lima já tinha admitido essa possibilidade: “Sem prejuízo de se manter sempre o know how de todas as áreas, o grupo pode encarar soluções de simplificação”. Mas disse que essa decisão dependeria sempre dos responsáveis do banco, acrescentou o presidente da mutualista.

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